Introdução: A mortalidade neonatal é definida como a morte que ocorre no momento do nascimento até o 27o dia de vida. É um problema de saúde pública e indicador da saúde materno-infantil, considerando a relevância das mortes e a constatação da possível evitabilidade é essencial conhecer os fatores que contribuem para o óbito (BRASIL, 2012). Objetivo: Apresentar os fatores relacionados ao óbito de recém-nascidos (RN) em um município de Tríplice Fronteira. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa longitudinal retrospectiva de abordagem quantitativa, realizada no período de 2013 a 2017. Para análise foram utilizados dados obtidos por meio do sistema DATASUS. A amostra abrangeu 199 óbitos de neonatos com idade de 0 a 27 dias de vida, residentes no município de Foz do Iguaçu/PR. Resultados: A maior parte dos óbitos ocorreu no ano de 2015, 24,62% (n=49). Os óbitos considerados evitáveis totalizaram 68,34% (n=136), sendo a maioria preveníveis por adequada atenção na gestação com 46,23% (n=92). Em relação aos determinantes biológicos, os óbitos ocorreram predominantemente no período neonatal precoce (0 a 6 dias) com 72,36% (n=144), eram recém-nascidos do gênero masculino com 53,77% (n=107), da raça branca com 88,89% (n=176) e prematuros. O maior índice de óbitos com 74,87% (n=146) pré-termos (< 37 semanas de gestação) e com baixo peso (< 2500g) com 74,62% (n=147) dos registros. Quanto aos fatores assistenciais, o maior índice foi de gestações de feto único 85,79% (n=169), com parto cesáreo 58,67% (n=115). A respeito das variáveis sócio demográficas, as mães tinham entre 20 e 34 anos 65,99% (n=130) e mais de oito anos de estudo 71,28% (n=139). Conclusão: O período neonatal precoce abrangeu a maioria dos óbitos de RN em Foz do Iguaçu/PR, as características associadas à mortalidade foram o sexo masculino, a raça branca, a idade gestacional inferior a 37 semanas, peso ao nascer inferior a 2500g e via de parto cesárea. No período investigado, o óbito esteve vinculado aos determinantes maternos evitáveis, considerando que a maioria dos óbitos eram livráveis com a assistência na gravidez. A título de providências de atuação na reversão do quadro estatístico apresentado, algumas ações podem favorecer a redução da mortalidade neonatal, tais como a ampliação do investimento na atenção primária visando maior promoção e prevenção como também oferta de capacitação aos profissionais, a fim de garantir uma melhor qualidade da assistência na gestação.