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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
A PERCEPÇÃO DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA SOBRE A VIOLÊNCIA
Relatoria:
Tatiele Guimarães dos Santos
Autores:
  • Dejeane de Oliveira Silva
  • Jeane Freitas de Oliveira
  • Jasmine Souza Salomão
  • Miriam Santos Carvalho
  • Lucy Érica Bispo Moreira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência de gênero ainda se configura como uma problemática recorrente, sendo um grave problema social e de saúde pública. Esse fenômeno alcança dimensões preocupantes pelas complicações emocionais, psíquicas, sociais, políticas e de saúde que podem advir sobre as mulheres. Objetivo: Conhecer percepção de mulheres em situação de rua sobre a vivência da violência. Metodologia: Pesquisa qualitativa, com participação de 15 mulheres sem situação de rua, aprovado pelo CEP 1.813.598. A produção dos dados se deu por meio da entrevista semi-estruturada. Resultados: As mulheres estavam na faixa etária de 23 a 55 anos; em sua maioria da raça/cor parda; natural de Ilhéus-BA; com tempo médio de vivência na rua de 5 anos. Os discursos das mulheres revelaram o medo e receio em viver na rua, sobretudo sem companheiro, por conta da violência. A grande maioria das participantes já sofreu algum tipo de violência, destacando-se a violência sexual e física. A vivência na rua, segundo as mulheres, é um fator que potencializa os riscos de violência, sobretudo porque no imaginário dos homens, elas representam propriedade do universo masculino. Dez mulheres relataram ter sofrido violência sexual por homens que viviam nas ruas e duas pelo próprio parceiro. A necessidade de ter um parceiro homem na rua foi relatada por 09 mulheres como uma alternativa de proteção à violência; outra estratégia utilizada pelas mulheres que não tinham parceiro foi dormir próximo a locais mais movimentados, como delegacias, rodoviária e hospitais como forma de garantir a sua segurança. Necessário destacar que nenhuma das mulheres prestou queixa pelas agressões sofridas, o que requer ações intersetoriais e políticas que garantam acesso, sobretudo das minorias excluídas. Conclusão: A experiência de viver na rua e sofrer violência na percepção de mulheres são condições que geram desesperança, tristeza, dor, sentimento de abandono e solidão, mas que muitas vezes as impulsionam na busca por melhores condições de vida. Os resultados sinalizam para a necessidade de políticas mais efetivas e uma rede de apoio e proteção à mulher que vive na rua e são vítimas de violência.