Estomias intestinais são pequenas aberturas realizadas por meio de procedimentos médicos-hospitalares, na parede abdominal, com o intuito de alterar o destino das fezes. Trata-se de um cuidado com a saúde que altera certas condições de vida do paciente no que concerne a modificações fisiológicas, à autoidentidade, e, ainda, à sua própria interação social. Esta readaptação das condições de vida mostra-se, inclusive, um desafio para os profissionais da área da saúde quanto ao acolhimento de pacientes estomizados, quanto a manutenção da estomia, com ênfase nos primeiros cuidados e estabelecimento de uma rotina de limpeza, acoplagem e nos aspectos identitários, que são descobertos paulatinamente à medida que os procedimentos médicos podem atuar como agente restritivo da mobilidade ou do convívio social. Este trabalho origina-se da necessidade de estabelecer o perfil dos estomizados e de seus cuidadores, onde o material informativo sobre este tipo de caso é escasso. Objetivo: o objetivo deste estudo é fomentar a discussão acadêmica sobre a demografia dos estomizados e de seus cuidadores. Métodos: realizou-se uma pesquisa bibliográfica, exploratória, na base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) considerando artigos em português e disponíveis on-line. Resultados: Esta pesquisa constatou a prevalência de referências a pacientes cujo perfil era de maioria masculina, idosa, escolaridade por volta do nível fundamental e de estado civil casado enquanto que o perfil dos cuidadores apontou para adultos, por volta dos 40 anos, de maioria do gênero feminino, estado civil casado, escolaridade por volta do nível fundamental, sem estudo profissional para atendimento em pacientes estomizados. Conclusões: Este estudo preliminar concluiu que os pacientes estomizados contam com os profissionais da saúde de atendimento básico no que tange aos primeiros cuidados, e que são eles, os próprio estomizados, os responsáveis por transmitir, na maioria dos casos, as orientações para seus cuidadores, principalmente devido à falta de formação profissional em atendimento a pacientes estomizados, mas que as dificuldades sócio-identitárias, como integração e cumprimento de tarefas do dia-a-dia, costumam ser mais partilhadas com os cuidadores que com os profissionais de saúde ambulatorial.