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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
VIOLÊNCIA INFLIGIDA POR PARCERIA ÍNTIMA NO CONTEXTO DE MULHERES NEGRAS QUILOMBOLAS
Relatoria:
RAFAEL NUNES SILVA JUNIOR
Autores:
  • Amália Nascimento do Sacramento Santos
  • Raíssa Morgana dos Santos Fuza
  • Ana Beatriz Argôlo Cavalcante Lima
  • Guilherme Bernardo Meira
  • Ana Cláudia Souza Lemos
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
As práticas de violência exercidas pelas parcerias íntimas assumem uma conotação particular de gravidade e intensidade para cada mulher por ocorrer no contexto de relações afetivas íntimas, revela-se como um problema grave de saúde pública, tendo muitas vezes o feminicídio como desfecho. Nesse contexto, mulheres negras quilombolas tem sofrido essa violência intensificada pelo racismo, sexismo, além das desigualdades por ser campesina, pobre e pelas vulnerabilidades políticas, por não haver comprometimentos com essa problemática. Objetivou-se descrever a compreensão do conceito e o reconhecimento da violência contra a mulher, infligida por parceria íntima, impressa nos contextos familiares e social das mulheres de uma comunidade quilombola do Recôncavo Baiano. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, de abordagem qualitativa que ocorreu no ano de 2017, em uma comunidade quilombola rural baiana, com 12 mulheres participantes. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevista semiestruturada e a observação simples, utilizou-se da técnica de análise de conteúdo. Este trabalhou foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Emergiram as seguintes categorias temáticas: relações de poder; convivendo com a violência; vulnerabilidades, e; mecanismos de enfrentamento. Foi possível estabelecer uma relação direta da violência com as discrepâncias nas relações gênero dentro dos relacionamentos íntimos. Nota-se uma associação de significado da violência contra a mulher como a violência física predominantemente em relação às demais. Constatou-se que os diversos aparelhos sociais legalmente instituídos não alcançam essas mulheres desenhando assim um cenário de abandono do Estado. Apesar das dificuldades das quilombolas em falar do tema, a sororidade e a rede de solidariedade comunitária marcam as formas de enfrentamento dessas mulheres Urge a necessidade de enfrentamento das vulnerabilidades sociais e políticas de mulheres negras quilombolas, favorecendo o empoderamento para o enfrentamento da violência. Os profissionais de saúde necessitam atentar para o desenvolvimento de competência cultural para um trabalho com resultados mais congruentes com as necessidades das mulheres negras. A pesquisa permitiu o alcance à formação sensível e empática e de visibilização de relações de desigualdade perpetradas pelo racismo, desigualdades sociais e de gênero.