A experiência de um parto representa um evento de extrema importância na vida das mulheres, onde se deparam com vários fatores que podem influenciar o momento, tais como: a internação hospitalar, a presença ou não de um acompanhante, a equipe que presta assistência, entre outros.  O objetivo desse trabalho foi conhecer as experiências de mulheres, universitárias do curso de enfermagem, vivenciadas durante o pré-parto, parto e pós-parto acerca da qualidade da atenção obstétrica.  Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em um centro universitário localizado em Brasília/DF. A coleta de dados foi realizada durante o mês de maio de 2018 em ambiente privativo. Participaram do estudo 18 universitárias do curso de Enfermagem. As entrevistas foram audiogravadas, transcritas e tratadas pela análise de conteúdo. Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o CAAE nº 86633018.1.0000.5056. Após análise do conteúdo das entrevistas, foram identificados três núcleos temáticos: 1) A percepção da violência obstétrica após conhecimento do tema no curso de enfermagem: as participantes relatam experiências negativas quanto ao parto por conta da violência sofrida. A expressão “violência obstétrica” é usada para descrever as diversas formas de abuso durante o 10 cuidado do profissional de saúde com a puérpera (procedimentos e intervenções desnecessárias, maus tratos psicológicos, físicos e até mesmo maus tratos verbais).  2) A dificuldade em obter o direito ao acompanhante: pacientes da rede pública alegaram não ter tido a presença do companheiro sob alegação de falta de estrutura, o que não ocorreu na rede privada. 3) Os aspectos positivos e negativos da assistência de enfermagem: nos relatos, onde os aspectos foram positivos, foi identificado o quanto o comprometimento da equipe envolvida se torna um marco no parto, o papel do profissional de saúde é auxiliar e sanar dúvidas da paciente, já os aspectos negativos observados estiveram relacionados ao abandono da equipe, ausência de informação e assistência não humanizada. A experiência vivenciada pelas mulheres entrevistadas aponta para fragilidades e potencialidades da assistência obstétrica.