INTRODUÇÃO: A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença parasitária, infecciosa, não contagiosa, que atinge pele e mucosas. Presente em aproximadamente 89 países, a LTA possui cerca de 12 a 15 milhões de pessoas infectadas, 350 milhões em áreas de risco e 1,5 a 2 milhões de casos novos por ano no mundo. Conforme a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), o Brasil apresentou 17.528 novos casos no ano de 2017, atingindo uma incidência de 8,44 casos a cada 100 mil habitantes. Dentre esses 17.528 casos, 7.832 são alusivos à região Norte e 1.865 casos ao estado do Amazonas. OBJETIVO: Levantar e comparar os dados epidemiológicos dos casos novos de Leishmaniose Tegumentar Americana durante o período de 2016 e 2017 nos municípios de Manaus (MAO), Presidente Figueiredo (PF) e Rio Preto da Eva (RPE). METODOLOGIA: Para a obtenção dos dados epidemiológicos de casos confirmados, foi-se utilizado o TabNet (DATASUS), sendo inseridos como variáveis: Ano de notificação, Ano de diagnóstico, Casos confirmados, Município e Período de notificação, sendo estes dados comparados aos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS) nos respectivos anos. RESULTADOS: De acordo com a SVS/MS, o número de casos novos na região Norte foi superior em ambos os anos, sendo maiores no Pará com 1.649 (2016) e 3.231 (2017), um crescimento cerca de 96%; o 2º lugar ficou com o Amazonas que obteve 828 casos (2016) e 1.865 (2017), com um aumento de 125%; de acordo com o TabNet, no ano de 2016 foram confirmados 474 casos de LTA nos municípios em estudo, em MAO (340), PF (74) e RPE (60), correspondendo a 57% do número total de casos do ano. Em 2017 o número de casos confirmados chegou a 1.153 nos municípios estudados, sendo em MAO (728), PF (190) e RPE (235), chegando a ser responsável por cerca de 62% dos casos notificados no mesmo ano. Em relação ao crescimento do número de casos e aumento percentual de casos entre os anos de 2016 e 2017, MAO obteve 388 casos novos (114%), PF com 116 casos novos (157%) e RPE tendo 175 novos casos (292%), sendo o município de RPE com maior incidência da doença. CONCLUSÃO: Mesmo sendo uma doença de cunho crônico e não letal, a LTA continua prevalente nos estados da região Norte, sendo responsável pela maioria dos casos da doença no país. Logo, políticas públicas e investimentos em métodos preventivos poderiam auxiliar no melhor manejo da doença e de sua propagação, diminuindo seu crescimento contínuo dos últimos anos.