As Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos da área da saúde surgem para romper com o modelo flexneriano por meio da reformulação dos projetos políticos pedagógicos, formando egressos para um perfil generalista, crítico, reflexivo e ético, alicerçados nos princípios do SUS. Tais diretrizes contemplam dentre outras questões, aquelas referentes às habilidades, valores e competência que o aluno precisa desenvolver. Nos cursos de enfermagem, as competências gerenciais parecem ser inerentes às funções do enfermeiro independente de seu cargo; dentre essas competências merece destaque a de administrar conflitos. Com uma raiz histórica marcante, os conflitos não eram elemento digno de preocupação da administração de enfermagem por séculos, entretanto, com as modificações no mercado de trabalho – a globalização e abertura dos mercados, determinaram uma necessidade de flexibilização e criatividade nas relações e nos processos, culminando na busca por novas abordagens gerenciais. Conflitos mal resolvidos impactam negativamente as relações de trabalho, a qualidade da assistência prestada, aumentam as demandas trazidas às comissões de ética e os processos jurídicos nos conselhos de fiscalização da enfermagem. O objetivo deste estudo foi trazer uma reflexão sobre a importância do tema gestão de conflitos, nas propostas pedagógicas dos cursos de enfermagem. Foram analisados projetos políticos-pedagógicos referentes ao curso de enfermagem de sete instituições públicas do Brasil. A escolha destas instituições foi aleatória, pelo site de busca do Google Chrome, utilizando-se os termos projetos políticos pedagógicos; curso de enfermagem. Resultados e conclusão: Os projetos analisados mostraram em seu texto adequação em relação às exigências das Diretrizes Curriculares Nacionais, entretanto, apesar de existir demanda suficiente para a valorização e aprofundamento da temática, o assunto não apresentou reconhecimento explícito nem na grade curricular, nem nas ementas das disciplinas dos cursos de enfermagem. Contudo, disciplinas optativas em duas escolas apresentaram o tema de forma particularizada. Acredita-se, portanto, que a insuficiência dos projetos pedagógicos na enfermagem, no tange a administração de conflitos, deve corroborar para o despreparo dos egressos. Finalmente, espera-se que este trabalho permita à comunidade acadêmica e profissional refletir sobre a necessidade de valorização desta temática nas universidades e nos serviços de educação continuada.