Introdução: A doula refere-se a uma profissional capacitada para fornecer apoio físico, emocional e informações à mulher no pré-parto, parto e pós-parto, contribuindo para o alcance de uma experiência mais saudável e satisfatória possível. Esta pode ser um novo membro a compor a equipe na assistência ao parto e nascimento, favorecendo um parto mais humanizado, entretanto, existem dificuldades em relação a sua atuação nos espaços institucionais e na relação com os profissionais de saúde. Objetivo: Descrever a concepção das doulas do Distrito Federal sobre o relacionamento profissional com a equipe de enfermagem na assistência à mulher durante o trabalho de parto e parto. Método: Trata-se estudo qualitativo, descritivo-exploratório realizado com 14 doulas do Distrito Federal, no período de março a abril de 2019. Os critérios de inclusão foram doulas com idade >= 18 anos, que trabalharam na área ou ainda atuavam há pelo menos um ano, que tiveram contato com a equipe de enfermagem em pelo menos 5 partos. Foram excluídas aquelas que atendiam apenas partos domiciliares. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada contendo seis questões norteadoras, audiogravada, transcritas e submetidas a análise de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição de ensino dos pesquisadores. Resultados e discussão: Observou-se que no geral o relacionamento entre doula e equipe de enfermagem tem sido positivo, entretanto, o desconhecimento do papel e dos limites de atuação da doula são fatores que dificultam o relacionamento interprofissional. A constante atualização de todos os profissionais envolvidos, o acolhimento e as reuniões oferecidos pelos hospitais são elementos que fortalecem essa relação. O conflito entre os profissionais interfere na humanização da assistência prestada à mulher no trabalho de parto e parto. Conclusão: A doula deve ser vista como uma profissional a compor a equipe multidisciplinar e não como uma figura que queira invadir espaço ou substituir qualquer profissional. Portanto, a equipe de enfermagem deve ter conhecimento do ofício, bem como dos limites de atuação de todos os que trabalham para ofertar uma assistência de qualidade à mulher no processo parturitivo.