Introdução: As intoxicações na infância destacam-se como problema emergente de saúde pública. No entanto, as equipes multiprofissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) apresentam potencial para desenvolver práticas de cuidado voltadas à prevenção das intoxicações infantis. Objetivo: Descrever intervenções de trabalhadores das equipes da Estratégia Saúde da Família em um caso de criança intoxicada. Metodologia: Pesquisa descritiva, de natureza qualitativa, realizada no período de julho e agosto de 2016 a partir de narrativas de nove enfermeiros, sete auxiliares de enfermagem e 34 agentes comunitários de saúde (ACS) integrantes de equipes da ESF do município de Maringá – Paraná. Após a leitura da descrição de um caso de família de uma criança intoxicada e em vulnerabilidade social, os trabalhadores responderam individualmente à questão aberta “O que você poderia fazer por essa família em relação à assistência, encaminhamentos e educação em saúde?”. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, com parecer nº 1.573.858/2016. Resultados: O perfil dos 46 trabalhadores entrevistados era: sexo feminino (92%), idade média de 42,6 anos, experiência de trabalho em serviços de saúde de 10,5 anos e 9,2 anos de atuação em equipes ESF. Apenas 16% indicaram ter recebido capacitação para realização de atividades de prevenção de intoxicação. Os enfermeiros apontaram intervenções de educação em saúde com o auxílio da equipe multiprofissional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, estabelecimento de vínculo, plano de intervenção para prevenção de novos acidentes com acolhimento, avaliação das necessidades e vulnerabilidade da família e encaminhamentos a serviços de proteção social. Os auxiliares de enfermagem citaram orientações de armazenamento adequado dos produtos para prevenção de novos acidentes, além de visitas domiciliares à família e encaminhamentos a equipes multiprofissionais. As principais ações informadas pelos ACS foram estabelecimento de vínculo com a família e a informação do caso aos órgãos como Conselho Tutelar e Centro de Referência de Assistência Social para acompanhamento da família. Conclusão: Observaram-se diferenças nas intervenções informadas por cada categoria profissional, porém consideraram a intersetorialidade e o estabelecimento de vínculo como um instrumento facilitador para a abordagem e educação em saúde da família.