O aumento da violência urbana aumentou o número de atendimentos nas emergências, principalmente vítimas de lesões por arma de fogo. No primeiro semestre de 2017, foram atendidas 1.222 pessoas atingidas, em um hospital de trauma em Fortaleza das quais 15% foram lesionadas na região abdominal. No atendimento de urgência são estabelecidos os parâmetros vitais, culminando na intervenção cirúrgica denominada laparatomia exploradora e dependendo do comprometimento das alças intestinais, é confeccionada colostomia, que consiste na exteriorização do colón a superfície da pele, para desvio do trânsito intestinal no intuito de viabilizar a cicatrização das regiões suturadas. A colostomia na vítima de trauma abdominal é transitória, mas poderá apresentar complicações com retração, protusão, estenose dentre outras comprometendo as condições clínicas do paciente. Nessa perspectiva é necessário que o enfermeiro conheça a clientela atendida. Objetiva Descrever o perfil sociodemográfico e clínico de pessoas com estomias atendidos em um hospital de trauma. Estudo transversal realizado no período de agosto a outubro de 2018 em uma unidade de cirurgia geral, com 36 leitos, de um hospital de atendimento em trauma. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulário específico, contendo itens sociodemográficos, clínicos e características do estomas. Os registros foram consolidados em planilha de Excel e transportadas para o programa Statistical Package for the SocialSciences (SPSS), depois foi realizado análise descritiva dos dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Institituto Dr. José Frota sob nº: 3.185.035, conforme a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Emergiram desta análise que 94,74% dos pacientes internados são do sexo masculino, desses 63,18% a causa de trauma foi perfuração por arma de fogo. Identificou-se que 47,37% dos pacientes tinham história prévia de tabagismo. Sobre o tipo de estomia as colostomias a esquerda sao prevalentes com 78,95%, apresentando efluente pastoso em 69,4% dos pacientes com estomia de coloração vermelha (89,47%) com utilização de dispositivo de uma peça em 84,21% dos pacientes. Esses dados reforçam a necessidade de combater os índices de violência urbana como forma de reduzir as estomias causadas por trauma que podem ser consideradas preveníveis. No entanto nos remete a questionar se esse evento considerado evitável pode ser realmente evitado nessa clientela de paciente politraumatizado.