INTRODUÇÃO: Mortalidade Neonatal é o termo utilizado para designar todos os óbitos que ocorrem em crianças de 0 a 27 dias de vida. Em 2006 foi divulgado o Pacto Pela Vida, como um compromisso interfederativo entre os gestores, apresentando pactuações para indicadores básicos do Brasil, trazendo a redução da mortalidade neonatal. OBJETIVO: Analisar o Coeficiente de Mortalidade Neonatal no Brasil antes e após a implementação do Pacto Pela Vida. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico, descritivo, realizado com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, extraídos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) em uma série histórica de vinte anos (1996-2016), excluindo-se o ano de 2006 por ter sido implementado o Pacto Pela Vida. Selecionou-se como variável dependente o número de óbitos neonatais nos municípios brasileiros, calculando coeficiente de mortalidade neonatal (CMN): número de óbitos de residentes de 0 a 27 dias de idade/número de nascidos vivos de mães residente no mesmo anoX1000, em seguida analisados por quinquênio. Além disso, foi realizado o test t de student para verificar a diferença entre as médias. RESULTADOS: A partir da análise dos resultados, observou-se que existe uma tendência de diminuição da mortalidade neonatal no Brasil, onde no primeiro quinquênio (1996-2000) a média do CMN foi 14,80 (DP: 10,33), diminuindo para 12,53 (DP:2,75) no segundo quinquênio (2001-2005), após a implementação do Pacto Pela Vida, houve uma diminuição de 15,48% no CMN, possuindo um valor de 10,60 (DP: 2,18) de 2007 a 2011 e reduzindo no último quinquênio avaliado para 9,48 (DP: 1,92) (2012-2016). Observou-se também que verificando o primeiro quinquênio e os subsequentes, existe uma menor desigualdade no CMN ao considerar o desvio padrão da média. O valor de p foi <0,001 a partir do teste t, apresentando diferenças estatisticamente significantes entre as médias. CONCLUSÃO: Observou-se que nos últimos vinte anos, houve uma redução do CMN, isso pode indicar um reflexo da implementação do Pacto Pela Vida, uma vez que este trouxe o desenvolvimento e implementação de ações estratégicas para o combate à mortalidade neonatal. Além disso, essa redução também pode ser resultado da mudança na organização das Redes de Atenção a Saúde da Criança no Brasil, que possibilitaram a efetivação de uma melhor assistência em Saúde aos Recém-nascidos, bem como devido as políticas públicas de Saúde da Criança, que garantem uma assistência de qualidade.