Introdução: Pesquisas mostram grande número de mortes em decorrência de erros advindos da assistência a saúde, dentre os quais podemos destacar os erros relacionados a procedimentos cirúrgicos. Na busca por minimizar esses erros o ministério da saúde criou o protocolo de cirurgia segura, que deve ser implementado em todo país, conforme consta no programa nacional de segurança do paciente. Objetivo: compreender a percepção dos enfermeiros do centro cirúrgico sobre o protocolo de cirurgia segura. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de campo, de natureza descritiva exploratória com abordagem qualitativa, realizada em um hospital público de grande porte do interior da Bahia. Os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada e analisados pela técnica do discurso do sujeito coletivo. O trabalho seguiu todos os preceitos éticos e legais que regem estudos com seres humanos. Resultado: o estudo nos mostrou que o protocolo de cirurgia segura ainda não é visto com uma ferramenta efetiva de minimização dos erros, pois este está implantado de modo parcial através do checklist de cirurgia segura preconizado pelo Ministério da saúde, no entanto, o seu preenchimento ainda não é respeitado por todos os membros da equipe multidisciplinar. É perceptível a falta de preparo da equipe para lidar com o instrumento, pois não realizaram treinamento adequado, não têm a colaboração dos diversos setores envolvidos no processo cirúrgico e as condições de trabalho não contribuem para a realização do checklist. O centro cirúrgico apenas da seguimento ao protocolo, que deve ser iniciado na unidade de origem do paciente, ação que não acontece no ambiente estudado. Para os entrevistados o checklist tem potencial para diminuição, porém este potencial ainda não reflete na prática assistencial. Conclusão: Realizar este estudo em todas as suas etapas nos permitiu evidenciar elementos reflexivos sobre o uso dos protocolos do Programa Nacional de Segurança do Paciente, a implantação destes precisa ser realizada de modo organizado, com envolvimento de todos os setores e profissionais da instituição. O envolvimento da gestão, buscando proporcionar condições de trabalho, treinamento e comprometimento da equipe são indispensáveis para a efetivação destes protocolos.