Introdução: As Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP) são problemas de saúde evitáveis pela assistência adequada da Atenção Primária à Saúde (APS). As taxas de hospitalizações por essas condições são utilizadas como indicador de acesso e qualidade do serviço. No Brasil, as internações por CSAP vêm sofrendo declínio, entretanto varia em cada região dependendo de alguns fatores, como a cobertura da Estratégia Saúde da Família que exerce importante suporte na redução da morbimortalidade infantil. As crianças correspondem ao grupo com maior predisposição a essas condições, uma vez que apresentam imaturidade do sistema imunológico, merecendo, portanto, maior atenção. Objetivo: Analisar a evolução temporal das CSAP de crianças menores de um ano, em uma capital do nordeste brasileiro. Métodos: Estudo descritivo ecológico, em que foi analisado a evolução das taxas de hospitalizações por CSAP, em menores de um ano, ocorridas entre 2003 e 2012. A busca foi realizada em janeiro de 2019, a partir de dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, extraídos da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), disponíveis no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis utilizadas foram ano de ocorrência, sexo e causas das hospitalizações por CSAP. Resultados: A taxa de hospitalizações reduziu de 1007,43/10.000, em 2003, para 287,23/10.000 em 2012, expressando um declínio de 71,49%. O maior número de casos foi observado no sexo masculino e as categorias de causas que predominaram foram gastroenterites infecciosas e complicações com 3.806 hospitalizações, pneumonias bacterianas com 1.682 internações e doenças pulmonares apresentando 807 casos. Conclusão: Houve um considerável declínio nas taxas de internações por CSAP. No entanto, apesar da APS possuir tecnologias de baixa complexidade e alta efetividade na prevenção de gastroenterites, esta causa é a principal responsável pelas hospitalizações, evidenciando a necessidade de empreender esforços a fim de qualificar a assistência prestada nesses serviços, focando, sobretudo, em ações de prevenção e promoção da saúde.