Introdução: A saúde é um direito fundamental do ser humano, e em tratando da população carcerárea, faz-se necessário medidas preventivas e eficazes no tocante a saúde prisional. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem no contexto da identificação de riscos à saúde do apenado decorrente da carência do profissional no sistema carcerário. Metódo: Trata-se de um relato de experiência, do tipo descritivo, com abordagem qualitativa, realizada em uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) no interior do Maranhão, durante estágio supervisionado sobre a assistência de enfermagem aos privados de liberdade, em maio de 2019. Resultados: Durante o estágio realizaram-se consultas de enfermagem com os reeducandos, onde foi observado o grande número de pessoas com diabetes, hipertensão, obesidade e outros. Constatou-se que a grande demanda de diabéticos não fazem controle glicêmico, bem como os hipertensos quanto aos níveis pressóricos. Esses agravos à saúde tornam-se alarmantes, uma vez que, na assistência prestada, os valores obtidos durante as consultas eram de cunho grave, sendo possível, assim, notar a necessidade de profissionais de enfermagem atuarem de forma definitiva no local, uma vez que os apenados só recebem assistência à saúde quando acadêmicos/profissionais dispõe-se optativamente. Conclusão: A APAC é uma entidade jurídica sem fins lucrativos, e o fato de ser uma entidade filantrópica dificulta a obtenção de profissionais para tratar diretamente e rotineiramente com os detentos. Essa carência e dependência de voluntariados da área da saúde provocam retardos quanto ao tratamento e prevenção de muitos recuperandos, visto que grande parte dessa população possuem patologias que precisam de acompanhamento, e que, em ausência desse cuidado, podem ocasionar danos irreversíveis. O enfermeiro no ato de cuidar poderá contribuir com a efetividade do cuidado, partindo de uma assistência holística e humanizada ao detento, a fim de garantir o direito à saúde, já que, por sua vez, a saúde contribui para a eclosão da expectativa pessoal, atribuindo nessa transição do cárcere para a liberdade.