INTRODUÇÃO: O Brasil atravessa uma transição epidemiológica do perfil dos óbitos, no qual, as causas externas apresentam crescimento. O crescimento nas taxas de suicídio contribui com este aumento, sendo esta a terceira causa de óbito por fatores externos identificados no Brasil. A tentativa de suicídio, é um tema complexo resultado da interação de fatores sociais, psiquiátricos, econômicos e culturais. OBJETIVO: Apresentar o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio em um município do interior do Estado do Paraná nos anos de 2015 e 2016. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo analítico de corte transversal. A coleta de dados foi realizada em dezembro de 2017, por meio das fichas de notificação individual, fornecidas pelo Departamento de Epidemiologia do Município. Foi elaborado um instrumento de coleta para o levantamento das seguintes variáveis: gênero, faixa etária, escolaridade, estação da ocorrência, hora da ocorrência, turno da ocorrência, cor, ocupação, zona de residência, zona da ocorrência, meio de agressão, número de ocorrências, evolução do caso. A análise dos dados de tempo e espaço foram descritos em frequências. RESULTADOS: Os resultados indicam a maior frequência de tentativas de suicídio na faixa etária de 20 a 39 anos (45.1%), entre indivíduos do sexo feminino (69%), de cor de pele branca (57%). O meio de agressão predominante foi a intoxicação exógena (86.6%), sendo o principal agente de contaminação os medicamentos (59.2%). A estação de maior prevalência foi à primavera (30.3%), e a zona de maior prevalência se caracterizou pelo bairro de maior quantitativo populacional (33%). A evolução do caso na maioria das ocorrências evoluiu para o atendimento e internação hospitalar (56.3%). Não foi possível mensurar o número de ocorrência por indivíduo devido à falta de preenchimento das fichas de notificação. CONCLUSÃO: Os achados indicam que o suicídio é um relevante problema de saúde pública nessa região e são necessárias medidas preventivas e programas de prevenção ao suicídio. Os achados podem auxiliar na elaboração de novas pesquisas a respeito do fenômeno na região, além de servir de indicadores para formulação de políticas e estratégias que visem a prevenção como também uma melhora na assistência das pessoas que cometem este agravo.