Introdução: O Rotavírus é um dos principais agentes virais causadores das doenças diarreicas agudas (DDA) e, a causa mais comum de diarreia grave em crianças menores de cinco anos, sendo responsável por aproximadamente 600 mil mortes por ano e 40% das hospitalizações por diarreia. Nesse sentido, apesar de toda a população estar suscetível a infecção por rotavírus, sua manifestação clínica, a gastroenterite, é mais prevalente nessa faixa etária, o que tornou prioritário o desenvolvimento de uma vacina que controlasse a manifestação desse vírus no corpo humano. Objetivos: Descrever e analisar a influência da vacina contra o rotavírus humano na redução de hospitalizações por gastroenterite em crianças menores de 5 anos, no Brasil, no período de 2001 a 2018. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo e descritivo, cujos dados foram obtidos, do período entre 2001 e 2018, das bases de dados do SIH/SUS, de domínio público, divulgados pelo Ministério da Saúde do Brasil. A população de estudo foram casos de hospitalização, de crianças menores de cinco anos, por rotavirose. As causas específicas de hospitalização foram descritas como diagnósticos primário e secundário. Comparou-se as variáveis em termos descritivos e analíticos, segundo períodos: pré-vacinal vs pós-vacinal, pré-vacinal vs taxa de cobertura vacinal e pós-vacinal vs taxa de cobertura vacinal. Considerou-se o nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: As internações hospitalares relacionadas a gastroenterites em crianças menores de cinco anos reduziram em todas as regiões brasileiras, ao se comparar os períodos pré e pós vacinal. De forma percentual, três das cinco regiões brasileiras reduziram em mais de 40% as hospitalizações por gastroenterites no pós-vacinal e todas reduziram em mais de 50% os óbitos após a vacinação. Foi possivel observar um aumento na taxa de cobertura da vacina VORH em todos estados do país, nos últimos doze anos, tendo-se sobressaido as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Conclusão: A cobertura vacinal contra o rotavírus humano mostrou-se benéfica a redução de internações hospitalares e óbitos, relacionados a gastroenterites, em crianças menores de cinco anos no Brasil. No entanto, o presente estudo mostra a necessidade de alcançar parte da população que ainda não é vacinada. Para isso, deve-se fortalecer a rede básica de saúde com objetivo de aumentar a orientação acerca da importância da vacinação e, promover a capacitação dos profissionais.