A hanseníase é uma doença negligenciada que tem grande impacto para a população por ter potencial incapacitante. Os pacientes que apresentam sequelas neuropáticas devem continuar realizando acompanhamento ambulatorial para melhoria da qualidade de vida e redução de agravos. Objetivo: o presente trabalho teve por objetivo identificar os possíveis diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia de CIPE em pacientes com neuropatia hansênica atendidos em serviço especializado, município de Campo Grande-MS. Material e Método: trata-se de um estudo descritivo tipo série de casos realizado com todos os pacientes que fizeram tratamento para dor neuropática hansênica após alta por cura da doença. Os dados foram coletados em consultas de enfermagem realizadas no período de abril a junho de 2019. Todos os participantes assinaram o TCLE, sendo que a pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos do Hospital São Julião sob o Parecer 001/2018. Resultados e discussão: os principais diagnósticos de enfermagem encontrados foram Dor Crônica (100%), Função do Sistema Nervoso Prejudica da (100%), Problema de Emprego (100%), Problema Financeiro (100%), Adesão ao Regime Medicamentoso (94,12%) e Privação do Sono (94,12%). Algumas das principais intervenções identificadas para os diagnósticos acima relacionados, segunda a taxonomia adotada, foram monitorar dor, identificar atitude em relação a dor, encaminhar paciente para especialista em dor, encaminhar para o serviço social, encorajar afirmações positivas, obter dados sobre o sono e orientar sobre medicação. Cabe destacar ainda os diagnósticos de Atitude em Relação ao Tratamento Conflituosa e Falta de Conhecimento sobre a Doença, encontrados em pacientes do sexo masculino, que prejudicam o tratamento pós alta, podendo aumentar os riscos de desenvolver lesões sobretudo em membros inferiores. Considerações finais: a consulta de enfermagem é um importante instrumento para assistência com qualidade, identificando problemas de saúde, tornando possível o planejamento de ações juntamente com o paciente. Para tanto, deve ser reafirmada como prática de saúde e incentivada nos serviços com vistas a melhor eficácia dos tratamentos realizados pelas equipes multiprofissionais.