INTRODUÇÃO: A hanseníase é um problema prioritário de saúde no Brasil e no mundo, capaz de provocar incapacidades físicas e de cunho psicossocial. Uma de suas principais manifestações é o aparecimento de lesões com alteração de sensibilidade e de aspecto discrômico na pele. OBJETIVO: Analisar a frequência de lesões dermatoneurológicas registradas nas notificações de hanseníase no Brasil de 2001 a 2018. MÉTODO: Estudo de série temporal baseado em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) sobre hanseníase, colhidos via Sistema de Informação ao Cidadão, no período de 2001 a 2018. Foi realizada análise de medida de tendência central (média e desvio padrão) do número de lesões no diagnóstico e regressão polinomial. RESULTADOS: No período de 2001 a 2018 foram identificadas768,833 lesões dermatoneurológicas em todo Brasil. A regressão polinomial do número médio mostrou ascendência do número destas lesões (y = -0,0285x2 + 114,67x - 115530R² = 0,9682). Mesmo com a diminuição do número de casos novos observada nos últimos cinco anos, o valor tende a aumentar. A média registrada com valores acima de seis lesões mostra tendência para casos com classificação multibacilar, que é a forma transmissível da doença, com maior risco para reações hansênicas e desenvolvimento de incapacidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ficou evidente o crescimento médio do número de lesões dermatoneurológicas no diagnóstico de pessoas com hanseníase, fato que expressa diagnóstico tardio, pois quanto maior a demora para o diagnóstico, pior o prognóstico e maior o tempo de transmissibilidade, o que compromete o controle da doença no país.