O câncer é um problema de saúde pública mundial, pois atinge grande parcela da população e causa danos muitas vezes irreparáveis. A neoplasia no pâncreas apresenta difícil detecção e comportamento agressivo com alta taxa de mortalidade devido ao diagnóstico tardio. Portando, objetiva-se neste trabalho identificar o padrão de morbidade hospitalar por câncer de pâncreas segundo caráter do atendimento (eletivo/emergência), valor total gasto, sexo, grupo etário, tempo de internação e desfecho (alta/óbito) nas regiões brasileiras no período de 2009 a 2018. Trata-se de um estudo descritivo, utilizando dados secundários, disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), no período de 2009 a 2018. A análise dos dados demonstrou uma tendência de crescimento no número de internações hospitalares por câncer de pâncreas nas regiões brasileiras no período estudado. Foram registradas 80.201 internações, no valor total de mais de 149 milhões de reais, sendo 72,32% dos atendimentos em caráter de urgência. Quanto ao perfil demográfico dos pacientes, 50,67% das hospitalizações ocorreram entre homens e 75,7% no grupo etário de 50 anos ou mais. A média de tempo de permanência foi de 8,6 dias e quanto ao desfecho, mais de 26% dessas internações culminaram em óbitos. O caráter de atendimento da maioria das hospitalizações foi de emergência, remetendo para a gravidade das complicações relacionadas ao câncer de pâncreas, assim como o diagnóstico tardio da doença. Os dados mostram ainda que a neoplasia analisada atinge de forma similar homens e mulheres, enquanto que indivíduos acima dos 50 são mais acometidos, reafirmando a necessidade de discutir políticas públicas de prevenção da doença. Ademais, a observação de uma tendência de aumento nas internações e nos gastos hospitalares com a doença tem sido acompanhada pelo aumento da mortalidade, como demonstram outros estudos. Esse estudo contribuiu para ampliar o conhecimento sobre o padrão de morbidade hospitalar por câncer de pâncreas. Ademais, esses dados chamam a atenção para a importância da formação de profissionais de saúde na área de oncologia, a fim de atender a demanda de atendimentos nos serviços, considerando a sua importância epidemiológica.