Introdução: O Brasil é um país cuja economia é baseada na produção agrícola. A população brasileira é afetada pelo uso intensivo de agrotóxicos que acarreta problemas de saúde, especialmente aos indivíduos que manuseiam esses produtos durante o trabalho, pela exposição e suscetibilidade a intoxicações. Objetivos: Avaliar o coeficiente de morbidade de intoxicação por agrotóxicos agrícolas no Brasil de 2007-2017. Metodologia: Estudo descritivo e quantitativo de dados secundários referente aos registros das notificações de intoxicação por agrotóxicos, disponibilizadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)-DATASUS, no Brasil no período de 2007 a 2017. Os dados foram selecionados com os filtros: região de notificação (todas); ano do primeiro sintoma; todos os períodos (até 2017); agente tóxico (agrotóxico agrícola) e exposição durante o trabalho. A análise utilizou da estatística descritiva simples, padronizando os dados absolutos em coeficientes de morbidade para 100.000 habitantes, utilizando dos dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Foram notificados 17.359 casos o que equivale a 0,8 caso por 100.000 habitantes no Brasil. A região Sul apresentou o coeficiente de morbidade mais elevado 1,8 casos/100.000 habitantes no período. Comparando os anos de 2007 e 2017 temos 0,6 e 1 caso no Brasil a cada 100.000 habitantes, já ao comparar a região Sul foram 1,8 e 2,4 casos respectivamente. Na demais regiões tivemos: no Norte 0,2 e 0,9 casos/100.000 habitantes, no Nordeste 0,3 e 0,4 casos/100.000 habitantes, no Sudeste 0,3 e 0,9 casos/100.000 habitantes e no Centro-Oeste 0,7 e 1,5 casos/100.000 habitantes nos anos de 2007 e 2017 respectivamente. O alto número de intoxicações na região Sul pode ser explicado pela importância da produção agrícola para a economia nacional. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6.299 de 2002 que regula os agrotóxicos, cujo objetivo é flexibilizar o processo de compra e venda e eximir os órgãos federais de regulamentar. Dessa forma, evidencia-se um cenário preocupante e que poderá acarretar um aumento do número de intoxicações e mortes. Ressalta-se a insuficiência de políticas públicas de saúde voltadas aos trabalhadores rurais. Conclusão: Percebe-se que a intoxicação de trabalhadores por agrotóxico agrícola é uma questão que merece atenção, pois o trabalhador rural é cidadão que merece ter seu direito à saúde garantido.