Introdução: Em um contexto mundial, o Brasil está entre os países com grade quantidade de casos de tuberculose (TB) e também grande quantidade de casos de coinfecção tuberculose e vírus da imunodeficiência adquirida (TB-HIV). O óbito associado à TB é considerado um evento sentinela somado à falta de equidade em saúde pelo fato de que são óbitos preveníveis e evitáveis. Objetivo: Analisar especialmente a associação de óbitos por TB e pela coinfecção TB-HIV em Foz do Iguaçu, PR, Brasil. Método: Estudo ecológico de análise espacial. A população consistiu de casos de óbitos por TB como causa básica e TB associado com HIV (coinfecção TB-HIV) residentes em Foz do Iguaçu, no período de 2004 a 2015 e as unidades de análise foram os setores censitários urbanos. Os dados referentes aos óbitos foram coletados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). O arquivo da malha geográfica dos setores censitários foi coletado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao Censo Demográfico 2010. Quanto aos métodos de análises, foram realizadas análise pelo Estimador de densidade Kernel, distribuição e análise estatística das taxas de mortalidade, análise de dependência espacial pelo índice de Moran Global e análise Bivariada entre as taxas do Índice Local de Associação Espacial – LISA. Os resultados da análise descritiva demonstraram que dos 130 casos de óbitos no período, 74 ocorreram por TB como causa básica e 56 pela coinfecção TB-HIV. A técnica de estimador de densidade Kernel demonstrou áreas quentes para os óbitos por TB nas regiões Leste e Sul, enquanto que para os óbitos de TB-HIV foram as regiões Norte, Nordeste, Leste e Sul. A associação bivariada (LISA) demonstrou que o padrão predominante foi a associação das altas taxas de uma mortalidade com a baixa taxa da outra, ou seja, alto-baixo (High-Low) e baixo-alto (Low-High). Ocorreu ainda associação do padrão alto-alto (High-High), não sendo observado a associação baixo-baixo. Conclusão: A análise espacial demonstrou que, de algum modo, a presença de um dos eventos (óbitos por TB ou por TB-HIV) associa-se ao outro, permitindo reciprocidade nessa associação. Essa informação pode servir de alerta para identificação de áreas de risco para os óbitos associados à TB ou HIV.