Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
O SOFRIMENTO MORAL DO ENFERMEIRO NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS EM FIM DE VIDA
Relatoria:
Betina Berlitz
Autores:
- Vitória Silva da Rosa
- Camila Goulart Domingues
- Franciéli Rodrigues Michels
- Rafaela Schaefer
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Ética, Legislação e Trabalho
Tipo:
Tese
Resumo:
Introdução: a complexidade que caracteriza a prática profissional do enfermeiro marca a vivência de desafios éticos relacionados, entre outros, com a realização de ações percebidas como incompatíveis com valores e princípios. O sofrimento moral é o sentimento resultante de uma violação ao sistema de crenças do enfermeiro, frente a uma situação vivenciada na prática profissional, sendo os cuidados em fim de vida uma de suas principais fontes. Objetivo: discutir a relação entre os cuidados em fim de vida e a vivência do sofrimento moral, problematizando o papel das tecnologias no processo. Metodologia: trata-se de um estudo quantitativo transversal, realizado com enfermeiros assisten¬ciais de instituições hospitalares e unidades de saú¬de do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A estratégia de recrutamento envolveu uma coleta de dados online, com envio da Escala de Risco de Sofrimento Moral. Os dados foram analisados através da estatística descritiva com auxílio do programa SPSS versão 21.0. Resultados: os cuidados em fim de vida representam uma fonte de risco para sofrimento moral (M = 2,19; DP 0,70) relacionado, entre outros, com o uso abusivo da alta tecnologia no prolongamento da vida (M = 2,16; DP 0,86). O trabalho do enfermeiro nos cuidados em fim de vida apresentou associação estatisticamente significativa para maior risco de sofrimento moral (p=004) e desejo de deixar o local de trabalho (p<001). Conclusão: a falta de limites na manutenção da vida de pacientes terminais através do uso indiscriminado das tecnologias representa uma fonte significativa de sofrimento para os enfermeiros. Essa associação se ancora na obrigação de realizar cuidados fúteis, desnecessários e ineficazes, que trazem sofrimento e falsas esperanças para os pacientes. Além disso, uma preocupação social acerca da quantidade de recursos empregada no tratamento de extremos da população.