As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem um importante problema de saúde em todo o mundo, representando uma ameaça para a segurança do paciente. O aumento de estudos demonstrando a alta carga de microrganismo presente em artigos e superfícies hospitalares que podem levar a infecção cruzada, percebe-se que medidas de prevenção, como auditoria e substituição de materiais/objetos que não apresentam integridade e emprego de técnicas adequadas para desinfecção e esterilização não são realizadas de forma eficaz. Vários estudos têm sido realizados com objetivo de avaliar a presença de microrganismos na superfície dos colchões, porém é escassa a literatura sobre sua integridade e contaminação da espuma dos colchões. Objetivo deste estudo foi avaliar a integridade física das coberturas dos colchões e a presença de Staphylococcus aureus, inclusive o resistente à meticilina na espuma dos colchões. Estudo transversal, avaliativo de natureza quantitativa, realizado em 56 leitos de uma instituição hospitalar. Utilizou-se um checklist elaborado com critérios para auditoria de leitos hospitalares (cama e colchões) e análise microbiológica para detecção de Staphylococcus aureus e MRSA no interior dos colchões. Para análise dos dados, foram utilizadas estatística descritiva e tabelas de frequência absoluta e percentual. Os resultados demonstraram que 71,4% dos colchões avaliados não se estavam íntegros e deveriam ser descartados, pois atenderam a pelo menos um dos critérios para reprovação, muitos apresentaram vazamentos (57%), revestimento permeável (48,2%), manchas (48,2%) e rasgos ou fissuras (44,6%). Além disso, nenhum colchão estava identificado e 85,7% das armações do leito possuíam contaminações por sangue ou outros fluidos corporais. Em relação à avaliação da presença de Staphylococcus aureus no interior dos colchões, das 56 placas utilizadas para coleta das amostras 43 (76,8%) foram positivas. Desse total, 12 (21,4%) apresentaram resistência à meticilina. Neste estudo foi possível mensurar, em uma instituição hospitalar, o mau estado dos colchões em vários quesitos do instrumento utilizado. Os resultados oferecem evidências de que enfermeiro enquanto gestor tem a competência para realizar a auditoria dos colchões de forma sistemática e avaliar a limpeza da superfície do colchão de forma adequada, além da inspeção do interior da capa e da espuma, visando reduzir as IRAS e lesões por pressão nos pacientes que utilizam os colchões.