Introdução: As altas exigências do ambiente militar associadas ao aumento da violência e à falta de preparo ou de condições profissionais e de auxílio pessoal tornam o trabalho dos policiais desgastantes e podem comprometer a saúde e a qualidade de vida desses profissionais. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de policiais militares de duas corporações brasileiras. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, correlacional e transversal com policiais militares pertencentes ao Comando de Policiamento do Interior - 5ª Região do Estado de São Paulo (CPI-5) e ao 3º Batalhão de Polícia Militar do Estado do Paraná (3º BPM), no ano de 2018, com uma amostra não probabilística, de conveniência, que incluiu 773 policias, sendo 506 (65,5%) do CPI-5 e 267 (34,5%) do 3º BPM. Foi utilizado um instrumento para coleta de dados sociodemográficos e o Whoqol-Bref, da Organização Mundial de Saúde. Resultados: Predomínio do sexo masculino (87,2%), idade mediana de 34 anos (mínimo: 19 e máximo: 54 anos). Tempo mediano de atuação na PM de 12 anos para o CPI-5 e cinco anos e sete meses para o 3º BPM. A maioria dos policiais avaliaram a qualidade de vida como boa ou muito boa (73,5%) e referiram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a saúde (72,2%). Os escores de qualidade de vida para os policiais paulistas (CPI-5) e paranaenses (3º BPM) foram, respectivamente: Domínio Físico: 71,7 e 68,1; Domínio Psicológico: 74,6 e 67,6; Domínio Relações Sociais: 75,1 e 68,8; Domínio Meio Ambiente: 62,2 e 58,7; Qualidade de Vida Geral: 69,9 e 60,2. Os policiais do CPI-5 apresentaram comprometimento nas facetas Recursos financeiros (49,8) e Recreação e lazer (48,8), enquanto policiais do 3º BPM apresentaram comprometimento nas facetas Dor e desconforto (27,9) e Dependência de medicação ou de tratamentos (25,3). Conclusão: Há diferenças relacionadas à percepção da qualidade de vida nas diferentes corporações. Os policiais do estado de São Paulo apresentaram maiores escores de qualidade de vida em relação aos policiais do estado do Paraná. Em ambas as corporações, os policiais militares apresentaram maior qualidade de vida no domínio relações sociais e maior perda no domínio Meio Ambiente. No entanto, policiais paranaenses apresentaram importantes comprometimentos relacionados ao domínio físico.