Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
Tomada de decisão compartilhada nas diretrizes nacionais de câncer
Relatoria:
RENATA OLIVEIRA MACIEL DOS SANTOS
Autores:
- Elyne Montenegro Engstron
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A tomada de decisão compartilhada é definida como um processo colaborativo entre profissional de saúde e indivíduo que inclui compartilhar informações, considerar preferências e valores, garantindo que sejam consideradas no plano de cuidado. Além do aspecto ético e moral que incluir os indivíduos na decisão sobre sua saúde, a literatura apresenta benefícios como melhora na adesão ao plano de cuidado, criação de vínculo entre o profissional de saúde e usuário e melhores resultados clínicos. A decisão compartilhada é o modelo que valoriza a participação do individuo no momento da construção de saúde, seja para ações de promoção, prevenção, diagnóstico ou intervenção.
O objetivo desse estudo foi identificar a tomada de decisão compartilhada nas diretrizes e brasileiras de câncer.
Método: Foi realizada uma análise documental das diretrizes relacionadas ao câncer no Brasil. Os documentos examinados foram retirados do site da Comissão Nacional de Tecnologia e do Instituto Nacional do Câncer do Brasil.
Resultados: A pesquisa recuperou 29 diretrizes que foram completamente analisadas, sendo que 10 foram apresentaram alguma abordagem para a decisão compartilhada. A abordagem aparece discretamente nos documentos de cânceres com possibilidade de rastreamento, tais como mama, próstata, colo do útero e pulmão. As preferências individuais também foram reconhecidas nas diretrizes que apresentavam mais de uma opção de tratamento ou dirigidas a pessoas com câncer em estágio inicial e assintomático. Outro ponto que considerava a decisão compartilhada foi no momento da decisão para a interrupção do tratamento. Os resultados mostram que as diretrizes para o câncer no Brasil reconhecem a importância de comunicar os riscos das intervenções em saúde, mas poucos reconhecem a necessidade de incorporar a opinião individual no processo de tomada de decisão. Essa preocupação é expressa timidamente em textos padronizados de termos de responsabilidade, que servem apenas como suporte burocrático para profissionais.
Conclusão: Incorporar os indivíduos no processo de tomada de decisão ainda é um tema incipiente, entretanto, aparece com recomendação nas diretrizes que padronizam condutas dos profissionais de saúde para o câncer no Brasil. Sendo assim, destaca-se o grande desafio para promover a autonomia respeitando a preferência individual no que se refere ao cuidado em saúde e na comunicação eficiente para saúde.