O controle e prevenção das Infecções Relacionadas à Saúde (IRAS) ainda é pouco discutido no âmbito da atenção primária, no entanto, é evidente a necessidade de debate sobre esta problemática ao considerar o número de afecções que podem ser evitadas através da educação para prevenção das mesmas. Nesse contexto, a higienização das mãos representa um dos procedimentos mais eficazes para tal. Este trabalho teve como objetivo relatar a experiência de acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz, referente à uma ação educativa realizada no projeto de extensão “Saúde com Ciência” em diversas cidades do sul da Bahia. Métodos: Trata-se de relato de experiência sobre intervenção educativa realizada em uma comunidade. Aplicou-se uma tecnologia educativa intitulada “dinâmica da caixa preta” na qual foi utilizada uma caixa de madeira revestida por tinta de cor preta. Esta caixa é totalmente fechada contendo três orifícios, um superior, que possui um vidro para facilitar a visualização do interior da caixa, e dois orifícios laterais menores para a colocação das mãos do participante. No interior tem-se a luz negra, que ao ser acionada, somada a aplicação do luminol, revela as regiões que não foram higienizadas corretamente. A finalidade deste momento foi evidenciar as falhas na técnica de higienização das mãos e demonstrar ao público-alvo que existem resíduos instalados que não podem ser vistos a olho nu. A partir da dinâmica despertou-se a curiosidade da população em torno da ação, com intuito de estimular o entendimento acerca do alto índice de infecções que podem ser evitadas com a realização de procedimentos simples, como a higienização das mãos, evitando gastroenterites, conjuntivites, hepatite A, rotavírus, salmonelas, entre outras. Além de explicar as formas de limpeza recomendadas pelo Ministério da Saúde para que as áreas que normalmente passam despercebidas sejam lembradas e possam ser higienizadas corretamente. A “dinâmica da Caixa Preta” faz-se um excelente recurso para chamar atenção da população, de maneira visual, no qual o público pode observar diretamente “impurezas” em suas mãos. A dinâmica permitiu de forma lúdica transmitir conhecimento acerca das IRAS e trabalhar a prevenção das mesmas, bem como a promoção da saúde nessas comunidades. Foi possível perceber que o recurso utilizado tem capacidade de ampliar o entretenimento, a participação e comprometimento dos indivíduos no processo educativo desenvolvido.