A rotina dinâmica das salas de imunizações implica em desafios para as práticas da equipe de Enfermagem atuante neste espaço. Alterações no calendário vacinal, desabastecimento de imunobiológicos e alertas epidemiológicos, são exemplos de acontecimentos que impactam no processo de trabalho da enfermagem. As mudanças na rotina do calendário vacinal são determinadas em documentos oficiais, divulgados pelo Programa Nacional de Imunizações e/ou pela coordenação do Programa Estadual de Imunização, como ofícios, notas técnicas, entre outros. Apesar do alcance da informação oficial, a coordenação de imunização da Secretaria de Saúde do estado do Paraná (SESA-PR) vêm recebendo solicitações de esclarecimentos sobre medidas práticas relacionadas às alterações nas atividades da sala de imunização. Com base nas Metas Internacionais de Segurança do Paciente que incluem a comunicação clara e efetiva, objetivou-se com esta experiência o desenvolvimento de um instrumento capaz de esclarecer dúvidas e orientar ações de enfermagem na imunização, em meio a situações adversas à rotina. A equipe de imunização da SESA-PR tabulou as principais dúvidas provenientes das salas de imunizações dos municípios do estado, durante duas situações de desabastecimento de imunobiológicos, e, a partir disso, desenvolveu um instrumento para facilitar a transmissão de informações. O resultado foi a Folha de Comunicados. O conteúdo da folha enfatiza em um primeiro momento as principais informações contidas nos documentos oficiais e contém observações realizadas a partir das dúvidas tabuladas. A segunda parte do conteúdo está destinada à orientação de ações práticas para a equipe de enfermagem, estruturada em tópicos objetivos de acordo com as demandas de cada situação. O impacto da Folha de Comunicados ainda está sendo analisado. Conclui-se que uma das demandas da equipe de enfermagem atuante em salas de imunização é a orientação clara e objetiva em situações diferentes da rotina. Instrumentos desenvolvidos com base em informações oficiais e conhecimento técnico-científico, podem e devem ser utilizados. Além do exposto, esta experiência convida o profissional de enfermagem a refletir sobre o princípio de descentralização do SUS, uma vez que o instrumento desenvolvido a nível estadual pode ser repensado e reestruturado de acordo com as necessidades da realidade local.