Introdução: A velhice é uma fase da vida na qual as pessoas idosas vivenciam inúmeras transformações, e estas são experienciadas por meio do espaço. Numa perspectiva fenomenológica, o espaço se revela como um espaço de significações e valorização das experiências onde as partes do mundo percebido aprecia relações subjetivas (MERLEAU-PONTY, 2011). Objetivo: Revelar o mundo percebido do idosos por meio da experiencia do espaço. Metodologia: Pesquisa exploratória, descritiva, de abordagem qualitativa e iluminação fenomenológica em Merleau-Ponty (2011). Os participantes foram idosos com 60 anos ou mais, integrantes de grupos de convivência localizado em um município do estado de Mato Grosso. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista fenomenológica e o enfoque metodológico utilizado foi a análise de estrutura do fenômeno situado, por meio da análise ideográfica e nomotética, segundo Martins e Bicudo (2005). O estudo atendeu aos preceitos éticos segundo a Resolução 466/2012 sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sob o parecer n° 1.151.093. A pesquisa é fruto da tese de doutoramento e tem como pesquisadora responsável Luciane Almeida (BRASIL, 2012). Resultados: O espaço promovido pelos grupos de idosos proporciona relacionamentos de amizades, desejo de estar-com o outro, amplia as relações de convivência, despertando sentimentos e conferindo significado à vida. O corpo experiencia o espaço desenvolvendo diversas funções e atividades de lazer, as quais proporcionam ressignificação do corpo envelhecido diante do mundo. O cultivo de amizades na velhice traz valorização ao idoso enquanto ser-no-mundo. O corpo envelhecido experiencia o espaço fenomenal onde tem algo a fazer na convivência em grupo com outrem, transformando o significado e o mundo percebido do idoso. A experiência do espaço estendeu-se para o ambiente da igreja, na comunidade e no desenvolvimento de trabalhos apolíticos e informais da velhice promovendo empoderamento da pessoa idosa na convivência com o mundo e o outro. Conclusão: Ao considerarmos o espaço enquanto local onde a experiência do corpo do idoso no mundo se efetiva, os grupos de idosos se revelam como promotores da autonomia, participação e atuação no contexto social, e desta maneira, colaboram na elaboração de novos significados para o envelhecer.