Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INTOXICAÇÕES EXÓGENAS POR AGROTÓXICOS NA REGIÃO SUL (2013 – 2017)
Relatoria:
Ana Caroline Carvalho
Autores:
- Beatriz Talluly Bespalhok
- Manoela de Carvalho
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo com trabalhadores sendo expostos a inúmeros tipos de agentes tóxicos. Contudo, os sistemas de informação ainda são pouco sensíveis em exercer um papel de vigilância, já que muitos casos de intoxicações são subnotificados tornando difícil conhecer toda população afetada, limitando o conhecimento do potencial impacto (FARIA, FASSA, FACCHINI; 2007). Objetivo: Levantar o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas por agrotóxicos na região sul do Brasil (2013 – 2017). Método: Estudo descritivo realizado por meio de coleta de dados secundários no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), de 2013 a 2017 referentes aos casos notificados, intoxicações confirmadas, óbitos, sexo, escolaridade, faixa-etária, zona de residência, tipo de agrotóxico, tipo de exposição, circunstância da contaminação e evolução do caso. Resultados: Observa-se que dos 12.630 casos notificados 58% são do sexo masculino. Foram confirmadas 8.356 intoxicações e 284 óbitos (16% do total nacional). A faixa etária com maior número de casos confirmados corresponde a idade entre 20 - 39 anos (42%), seguida de 40 – 59 anos (25%) e 15 -19 anos (11, %). A escolaridade da maioria das intoxicações confirmadas corresponde a indivíduos que possuem da 5ª a 8ª série (24%) e 1ª a 4ª série (15%). A zona de residência da maior parte dos casos de intoxicação confirmada é urbana (72%). Os tipos de agrotóxicos na maioria das intoxicações exógenas confirmadas são agrícolas (42,75%) e raticidas (32,95%). O tipo de exposição dos casos notificados, correspondem a aguda-única em 84,13% dos casos, e em relação as circunstâncias da contaminação dos casos confirmados 31,55% foram acidentais e 53,29% tentativas de suicídio, destes 88,78% evoluíram para cura e 3,33% foram a óbito. Conclusão: O perfil epidemiológico da maior parte dos casos consiste em indivíduos do sexo masculino, com baixa escolaridade, idade entre 20 e 59 anos, que residem em zona urbana e foram expostos a agrotóxicos de forma acidental ou por meio de tentativa de suicídio. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos sistemas de informação, os números são alarmantes e refletem a necessidade de ação fiscalizadora mais efetiva na comercialização e uso de agrotóxicos, além de investimentos na formação dos profissionais, na conscientização da população quanto aos cuidados necessários para o uso e estudos acerca da saúde mental na prevenção do suicídio.