Introdução: A violência por parceiro íntimo é fator determinante da morbimortalidade de mulheres em todo o mundo (BARROS et al., 2016). Acredita-se que mulheres com parceiros presos apresentam maior predisposição a sofrer violência antes da prisão, devido a maior exposição a situações de perigo e criminalidade. Objetivo: Identificar características de mulheres de presos que sofreram violência por parceiro íntimo. Método: Estudo quantitativo, transversal, realizado com 136 mulheres que aguardavam o horário de visita em uma Penitenciária na região noroeste do Paraná. Os dados foram coletados no período de março a agosto de 2018 com questionário autoaplicável, abordando características sociodemográficas das mulheres. Na análise foi realizada estatística descritiva e inferencial. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa (Parecer nº 2.566.858). Resultados: A violência foi mais frequente em mulheres de cor não branca (50,7%), casadas (88,2%), com mais de oito anos de estudo (55,8%), que não trabalhavam fora (57,3%), com filhos com o companheiro atual (63,9%), católicas (49,2%) e sem dependência química (56,6%). A violência emocional foi a mais frequente (64,7%) seguida pela física (46,3%) e sexual (20,5%). A violência emocional foi mais frequente em mulheres com idade entre 20 e 29 anos e acima de 30 anos (66,6%), enquanto que a física foi mais frequente em mulheres com até 19 anos (60,0%) e a sexual nas com mais de 30 anos (41,0%). A violência emocional foi predominante em mulheres evangélicas (67,2%), enquanto que a física e sexual, nas católicas (47,7% - 23,8%). Conclusão: Os três tipos de violência se mostraram com taxas elevadas nesta população. A identificação das características de mulheres de presos que são vítimas de violência é essencial para o planejamento de ações intersetoriais e multidisciplinares direcionadas à este público em especial.