Introdução: A violência contra a mulher praticada por parceiro íntimo é um problema complexo e multicausal, que emerge das desigualdades existentes nas relações sociais construídas entre homens e mulheres. No que se refere as mulheres de presos, estas podem ser vítimas atuais ou pregressas de uma violência cotidiana. Objetivo: Descrever características sociodemográficas de homens presos que praticaram violência contra parceira íntima. Metodologia: Estudo quantitativo, transversal, realizado com 136 mulheres que aguardavam o horário de visita em uma Penitenciária na região noroeste do Paraná. Os dados foram coletados no período de março a agosto de 2018 com questionário autoaplicável abordando questões referentes às características sociodemográficas dos parceiros presos. Na análise foi realizada estatística descritiva, frequência relativa e absoluta. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa (Parecer nº 2.566.858). Resultados: Os homens que mais praticaram violência estavam na faixa etária entre 20 e 29 anos (49,2%), eram de cor não branca (52,2%), tinham até oito anos de estudos (65,4%), dependência química (65,4%) principalmente por drogas lícitas (58%), não contribuíam financeiramente com o sustento da casa antes de serem presos (86,7%) e seguiam a religião católica (51,4%). A violência emocional foi o tipo mais frequente (88%), seguido da física (63%) e sexual (28%). No que se refere a violência emocional, houve predominância de homens com idade acima de 30 anos (67%), de cor não branca (59%), com mais de oito anos de estudo (67%), com dependência por drogas lícitas (76%) e que não contribuía financeiramente (67%). Já a violência física, foi mais frequentemente praticada por homens com idade até 19 (60%) e acima de 30 anos (52,3%), de cor branca (51%), mais de oito anos de estudo (45,2%), sem dependência química (49%) e que contribuía financeiramente (47%). No que concerne à violência sexual, esta foi cometida primordialmente por homens com idade acima de 30 anos (24%), de cor não branca (22,5%), com mais de oito anos de estudos (21,4%), com dependência química (22%) por drogas lícitas (32,4%) e que não contribuía financeiramente (22%). Conclusão: A dependência por substâncias químicas, cor não branca e escolaridade abaixo de oito anos esteve relacionada a todas as violências praticadas.