Introdução: Práticas Integrativas e Complementares (PICs), é um termo utilizado no Brasil para designar um conjunto de práticas e saberes que não fazem parte do conhecimento da medicina convencional ou biomédica, que visa o uso de tecnologias seguras como mecanismos naturais de prevenção e recuperação da saúde. A esse respeito, em nosso país há uma rica história de uso das plantas medicinais no tratamento de problemas de saúde da população, haja vista, a diversidade de plantas em território nacional e, pelo incentivo cultural de seus usos, transmitidos por meio da comunicação oral geracional. Objetivo: descrever a influência da família no uso das plantas medicinais entre usuários na Estratégia Saúde da Família, do município de Rondonópolis, Mato Grosso. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa, realizado mediante entrevista semiestruturada, gravada e transcrita na íntegra com 10 usuários, que utilizaram alguma modalidade de PICs. A análise de dados foi realizada a partir dos temas que emergiram das entrevistas. O estudo foi realizado de acordo com os princípios éticos em pesquisas com seres humanos, determinados pela Resolução 466/ 2012 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso, sob Protocolo número 2.354.295. Resultados: Participaram do estudo nove mulheres e um homem, com idade entre 20 e 70 anos. Dentre os participantes do estudo, mais de 50 % relataram a influência da família na utilização de uma das modalidades de PICs, as plantas medicinais na forma de chás como o boldo, hortelã e o capim cidreira. O uso das plantas é referido pelos usuários por considerarem mais saudáveis, de baixo custo, fácil disponibilidade e pela tradição familiar. Atribuem os conhecimentos adquiridos no uso das plantas medicinais pela tradição que foram repassadas pelas mães e avós. Conclusão: Valorizar os conhecimentos e a influência familiar na atenção à saúde mostrou-se importante aos participantes do estudo, pois faz parte da cultura e identidade dos grupos e comunidades. Entretanto, é necessário o uso racional dessas práticas, por meio de capacitações dos profissionais de saúde para com esse tema, de forma a instruir os usuários que utilizam as plantas medicinais.