Introdução: No Brasil cerca de 5,1% da população tem perda auditiva , visando o atendimento com equidade as pessoas surdas, o Decreto 10.436 de 2002 reconhece a língua brasileira de sinais- Libras, como língua oficial brasileira, destaca-se que os estabelecimentos públicos devem contar com pelo menos 5% dos profissionais habilitados na comunicação em Libras (BRASIL, 2005). Objetivo: Constatar se os profissionais de saúde, sentem-se habilitados para se comunicar com as pessoas surdas e a sua associação com as iniciativas adotadas pela instituição pública pesquisada para capacitar os mesmos. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, realizada com 198 profissionais que compõem a equipe de enfermagem e agentes comunitários de saúde atuantes em um município da região Noroeste do estado do Paraná. Os dados foram coletados nos meses de fevereiro e março de 2017, por meio de questionário autoaplicável, confeccionado pela pesquisadora, composto por questões relacionadas à comunicação entre profissionais da saúde e surdos. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Utilizou-se o teste exato de Fisher, realizado no software R. Adotou-se como medida de associação a razão de prevalência (RP), com respectivo intervalo de confiança de 95%, considerando-se o nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer nº 1.878.606/2016). Resultados: Todos os profissionais relataram que a instituição pública nunca ofereceu nenhum tipo de capacitação em Libras e 74,2% dos estabelecimentos pesquisados realizam atendimento aos surdos, constatou-se que os profissionais de saúde nestas unidades tem aproximadamente cinco vezes mais chances de não saberem se comunicar com os clientes surdos p-valor = 0,0177, RP: 4,50, IC: (1,11- 18,21). Detectou-se a necessidade percebida pelos profissionais em realizar a capacitação em Libras, pois 92,4% dos profissionais gostariam que a instituição oferecesse curso de Libras, o que encontrou associação entre a oferta do curso com o anseio de realizar o mesmo, p-valor = <0,001, RP: 2,11, IC: (1,23- 3,62). Conclusão: Os profissionais de saúde relataram estar inaptos para comunicar com os surdos, contudo não foi oferecido nenhuma capacitação pela instituição neste sentido, desta forma os profissionais sentem a necessidade de se aperfeiçoarem a fim de prestar um atendimento com melhor qualidade.