Introdução: De acordo com Gomez (2018) a saúde do trabalhador é considerada a área de conhecimento científico e atuação prática onde a equipe multidisciplinar age de modo interdisciplinar na análise e intervenção direta nas relações de trabalho que provocam doenças e agravos, objetivando minimizá-los. Objetivos: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicos de Enfermagem no transcorrer do Programa Curricular Interdepartamental III referente à saúde do trabalhador e pôr em perspectiva a importância da ação para os acadêmicos e trabalhadores. Metodologia: O presente relato se deu a partir da vivência de acadêmicos oriundos da Escola de Enfermagem Anna Nery no decorrer das orientações prestadas. Foi realizada uma entrevista clínica com perguntas a respeito dos hábitos de vida do sujeito, incluindo questões relativas à prática de trabalho objetivando uma correlação com potenciais agravos em saúde. Ademais, foi feita a aferição de pressão arterial, medidas antropométricas, glicemia em jejum e orientações sobre temas prioritários a saúde pública. Resultados: Observou-se uma média considerável de entrevistados cuja prática de trabalho influencia diretamente no seu processo saúde-doença. Alguns clientes mencionaram dores articulares e musculares difusas, além de sinais de estresse ocupacional e surgimento de hipertensão oriunda do trabalho. Notou-se uma falha na manutenção do equilíbrio alimentar, sendo importante fator para o surgimento de obesidade e doenças correlacionadas devido a jornada de trabalho longa, onde o paciente por conta do cansaço não dispõe de tempo para o preparo de alimentos mais saudáveis, dando lugar a industrializados e ultra processados. Observa-se também a diminuição da assiduidade a exames de rotina, tendo como questões a falta de tempo, e, sobretudo, a diminuição das horas de sono que a longo prazo impactarão diretamente na qualidade de vida do indivíduo. Conclusão: Foi possível refletir sobre a importância da atuação do Enfermeiro na saúde do Trabalhador, visto que esse público-alvo pode ter problemas iniciados ou agravados por conta de determinada prática de trabalho. Ademais, vemos que orientações simples podem ser capazes de mudar esse cenário, como ginástica laboral e técnicas para melhoraria da qualidade do sono. Em contrapartida, situações mais delicadas como o estresse ocupacional, hipertensão, dores articulares e depressão podem ser identificadas e encaminhadas para acompanhamento, minimizando assim, complicações mais severas.