Introdução: A tuberculose em adolescentes (de 10 a 19 anos) apresenta formas semelhantes às encontradas em adultos. As lesões passam a ser mais extensas, nos terços superiores dos pulmões, escavadas e disseminadas bilateralmente; na maioria das vezes, os pacientes são bacilíferos (SANT’ANNA, 2012). Em 2015, ela matou 210.000 crianças e o Brasil é um dos poucos países com maior carga dessa doença e, nesse mesmo ano, houveram 69.000 casos novos, sendo a causa de 4.500 mortes (WHO, 2017). Objetivo: Descrever as características clínicas da tuberculose em adolescentes em um município no interior do sul de Mato Grosso. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo e descritivo. Utilizou-se o banco de dados secundários Sistema de Informação de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN), incluindo todos os casos de tuberculose em adolescentes de Rondonópolis (MT) no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2018. Foram excluídos os casos que não foram preenchidos corretamente, ignorados ou em branco. Para a análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva e as características da amostra foram descritas por meio de frequências simples e relativa e dispostas em tabelas. Esse projeto possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 54226316.1.0000.5541). Resultados: Ao analisar as variáveis clínicas dos casos de tuberculose em adolescentes no município em estudo, predominou-se a forma pulmonar (N=21, 84%), não confirmado laboratorialmente (N=14, 56%), não realizou a cultura de escarro (N=22, 88%) e fizeram o Tratamento Diretamente Observado (N=13, 52%), e em relação à co-infecção e outras doenças o resultado predominante foi HIV negativo (N=18, 72%), sem diabetes (N=24, 96%), não etilistas (N=23, 92%), sem doenças mentais (N=24, 96%). Conclusão: Nota-se que, com a análise das características clínicas dos casos de TB em adolescentes, é possível detectar precocemente a doença e oferecer uma oportunidade de tratamento eficaz, como também, favorecer a vigilância e avaliação da qualidade de atenção em saúde. Além disso, o conhecimento das características auxilia na direção efetiva das ações de tratamento voltada para este grupo específico e vulnerável.