O tratamento medicamentoso é um dos fatores mais relevantes para a assistência à saúde em qualquer idade. A não adesão ao tratamento está diretamente relacionada ao aumento da morbimortalidade, especialmente em doenças crônicas, como a hipertensão arterial. O uso incorreto de medicamentos, o uso irracional ou não utilização total dos fármacos prescritos são formas de não adesão. Assim faz-se necessário investigar os fatores associados à não adesão ao tratamento medicamentoso, visto que pode implicar em ocorrências graves pela não aderência ao tratamento. A pesquisa teve como objetivo verificar os fatores associados à não adesão ao tratamento farmacológico por pacientes hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família em um Centro de Saúde no município de Boa Vista-RR. Trata-se de um estudo descritivo, observacional, de natureza transversal, baseado em aplicação de questionário (entrevista), com análise quantitativa destinada a avaliar a adesão ao tratamento farmacológico de pacientes hipertensos acompanhados em um Centro de Saúde no município de Boa Vista-RR, no período de maio a agosto de 2017. Do total de entrevistados (n = 100), a média de idade foi de 59,9 ± 13,4 anos, a maioria do sexo feminino (58%), casado (55%), sedentário (67%), consome bebida alcoólica (20%), tabagista (15%), não faz dieta especial (60%), autodeclarado pardo (56%), aposentado (41%), renda de 1 a 3 salários mínimos (76%), ensino médio completo (44%). A população estudada mostrou que 67% dos hipertensos apresentaram maior adesão à terapia farmacológica e 33% menor adesão segundo Morisky-Green. Entre as variáveis avaliadas, cinco delas apresentaram associação com a não adesão: possuir 60 anos ou mais, ser tabagista, aposentado, fazer uso de atenolol 25 mg ou ter sentido mal-estar por conta do uso de algum dos medicamentos. Foi verificada que a presença desses fatores interferiu na adesão medicamentosa. Com base nesses resultados, acredita-se que a educação em saúde seja uma importante estratégia tanto para melhorar a adesão dos hipertensos como também para capacitar os profissionais de saúde. Além disso, foi observado que o medicamento e sua dosagem influenciam na adesão. Neste caso, cursos de farmacologia aplicada e uso racional de medicamentos poderiam ajudar o profissional de saúde a reconhecer reações adversas provocadas pelas medicações, bem como seu uso racional.