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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
AS DISTENSÕES VIVENCIADAS POR UMA FAMÍLIA QUE CONVIVE COM A DEPENDÊNCIA DE DROGAS: ESTUDO DE CASO
Relatoria:
Thamires Fernandes Cardoso da Silva Rodirgues
Autores:
  • Luana Cristina Bellini
  • Anderson da Silva Rêgo
  • Márcia Glaciela da Cruz Scardoelli
  • Wanessa Cristina Baccon Costa
  • Aline Zulin
  • Vanessa Aparecida Martim Mezzavila
  • Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: famílias que vivenciavam a dependência de drogas experimentam conflitos, problemas financeiros e possuem as relações afetivas frágeis e debilitadas. Faz-se necessário observar o seu quotidiano e a partir disso formular estratégias de cuidado mais coerentes e eficazes. Objetivo: compreender o quotidiano de uma família que vivencia a dependência de drogas. Método: trata-se de um estudo de caso, qualitativo compreensivo, realizado com uma família composta pela mãe (P1) e dois filhos dependentes de drogas (F1 e F2), acompanhada por um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS). A coleta de dados ocorreu em 2017, por meio de entrevista em profundidade, realizada no domicílio dos participantes. Utilizou-se o genograma familiar. Os dados foram discutidos à luz da sociologia compreensiva. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética sob protocolo nº 1.889.740/2017. Resultados: A depoente consiste na progenitora (P1), 82 anos, aposentada, sofre com diversas enfermidades, como depressão, diabetes mellitus, labirintite e diminuição da acuidade visual. O filho mais novo (F1), 42 anos, possui retardo mental, aposentado por invalidez, consequência de um acidente automobilístico. O rapaz iniciou o consumo de maconha aos 16 anos, progredindo para o uso de crack, já passou por 50 internações psiquiátricas. Durante a fase de coleta de dados, F1 estava encarcerado, pois havia se envolvido em um furto, este não foi o único episódio, há alguns anos, a mãe o denunciou por violência física. Na casa residem P1, F1 e o seu irmão mais velho (F2), 57 anos, etilista, descrito como agressivo e violento. A partir da análise do genograma, pode-se perceber um ambiente doméstico hostil, permeado por conflitos e distensões. A família convive também com problemas financeiros relacionados a furtos de objetos da casa, pagamentos mensais destinados aos traficantes, os quais também os ameaçavam constantemente. Conclusão: notou-se que o quotidiano é permeado por conflitos e distensões, atrelado à presença da socialidade orgânica nas relações intrafamiliares, de maneira que, mesmo diante de processos difíceis desencadeados pela dependência de drogas, os participantes apoiavam os comportamentos (não saudáveis) uns dos outros. Entender como as pessoas vivenciam esse fenômeno e desenvolvem atitudes que reforçam condutas prejudiciais, possibilitam maneiras de ajudar a modificá-los e a não culpar a família.