Introdução: As Hepatites Virais (HV) são consideradas um problema de saúde pública mundial. No Brasil, as mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C, podendo provocar infecções agudas, crônicas com evolução para cirrose, hepatocarcinoma e morte. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de HV no município do norte do Paraná/Brasil. Método: Pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com base em dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). Foram incluídas as notificações do período entre 2008 a 2018, os dados foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Science por frequência simples. Por se tratar de um estudo com base em dados secundários e de domínio público, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Foram notificados 2.064 casos de HV, 147 (7,1%) eram do tipo A, 987 (47,8%) do tipo B e 885 (42,8%) do tipo C. No início, a Hepatite A (HAV) era a principal etiologia. Já em 2018, a infecção pela Hepatite B (HBV) foi mais frequente e seguida pela Hepatite C (HCV). Em relação ao sexo, o mais acometido foi o masculino (57,6%). Na sua maioria, são de raça branca (66,8%), com faixa etária de maior prevalência de 40 a 59 anos (46,8%), com escolaridade de ensino médio completo 325 (15,7%), seguido de ensino fundamental incompleto (12,6%) e primário incompleto (10%). Quanto a zona residência, nota-se que a maioria se encontra na zona urbana (93,6%) em comparação com a da zona rural (4,3%). Quanto à forma de transmissão, na HAV prevaleceu a contaminação de pessoa a pessoa (67,3%), no HBV por via sexual (23,3%) e no HCV o uso de drogas injetáveis (18,6%). Conclusão: Os portadores com HV eram predominantemente brancos, adultos e com níveis de escolaridade variado. A maioria residem na área urbana. A transmissão ocorreu em maior parte por meio de relação sexual, uso de drogas injetáveis e de pessoa a pessoa. A caracterização da população acometida com HV possibilita ao gestor criar estratégias que possam diminuir a incidência e na reestruturação das ações de vigilância da doença.