INTRODUÇÃO: A transição epidemiológica tem causado profundas transformações nos padrões de morbimortalidade da população mundial, gerando sequelas permanentes e, consequentemente, elevando o número de pessoas dependentes de cuidados. Nesse contexto, emerge a figura do cuidador informal, indivíduo responsável pelo cuidado ao dependente. Reconhecendo a relevância do papel do cuidador, é necessário explorar os fatores que influenciam sua qualidade de vida (QV), a qual, quando comprometida, pode impactar no seu estado de saúde. OBJETIVO: Estimar os fatores relacionados com a qualidade de vida de cuidadores informais. MÉTODO: Estudo epidemiológico, transversal, de abordagem quantitativa, com uma população de 139 cuidadores de indivíduos dependentes de cuidados residentes no território de duas Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte – MG. A coleta de dados foi realizada por meio de visitas domiciliares entre outubro de 2016 e agosto de 2017. Foi utilizado um questionário para caracterização sociodemográfica dos participantes; o Índice de Barthel e o WHOQOL-bref. Por meio da Regressão Liner múltipla, verificou-se as variáveis que se relacionaram à QV do cuidador. RESULTADOS: Dentre os fatores referentes ao cuidador, a idade, renda familiar, sexo, estado civil, religião, formação para o cuidado, tempo de sono, acometimento por doenças não transmissíveis, uso de medicamento, prática de atividades de lazer, utilização dos serviços públicos de saúde, ter alguém para revezar o cuidado e a quantidade de doenças pela qual é acometido são fatores que se relacionam com sua QV, além disso, verificou-se que a escolaridade do dependente também se relacionou com a QV do cuidador. CONCLUSÃO: O cuidado é realizado por indivíduos com grandes vulnerabilidades sociais, de saúde e sem instrução para a prestação da assistência, evidenciado, ainda, que dentre todos os fatores que se relacionaram com a QV do cuidador a maioria é passível de intervenção por parte dos profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, que historicamente, são responsáveis pelo desenvolvimento e implementação de atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos à saúde.