Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
Padrões espaciais e tendência da mortalidade por Doença de Chagas em uma área endêmica do Nordeste do Brasil.
Relatoria:
ALLAN DANTAS DOS SANTOS
Autores:
- ANDREIA FREIRE DE MENEZES
- José Augusto Passos Goés
- Lucas Almeida Andrade
- GLEBSON MOURA SILVA
- ROSEMAR BARBOSA MENDES
- DAMIÃO DA CONCEIÇÃO ARAÚJO
- FERNANDA GOMES DE MAGALHÃES SOARES PINHEIRO
Modalidade:
Pôster
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: A Doença de Chagas (DC) é um grave problema de saúde pública. Trata-se de uma antropozoonose classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença tropical negligenciada associada ás inequidades sociais, e com impacto econômico global que supera os custos de outras doenças infecciosas e crônicas. No Brasil, estima-se que 4,6 milhões de pessoas estejam infectadas pelo parasito, estimativa de 6 mil óbitos por ano e taxa de mortalidade anual média de 3,37 por 100 mil habitantes. A região com as maiores taxas de prevalências é região Nordeste do país. O Estado de Sergipe apresenta alguns munícipios de alto risco para a transmissão da infecção chagásica. No entanto, a dinâmica espacial e a delimitação das potenciais áreas de risco para mortalidade por DC no estado ainda não foram estudadas. OBJETIVO: Analisar padrões espaciais e a tendência temporal da mortalidade por doença de Chagas para identificação de áreas prioritárias de controle no estado de Sergipe, Nordeste do Brasil.MÉTODOS: Estudo ecológico, de série temporal, com técnicas de análise espacial tendo o município como unidade de referência. Utilizaram-se dados de todos os óbitos por Doença de Chagas no estado de Sergipe, entre 1996 a 2016, obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram calculados os coeficientes de mortalidade para o período e suavizados pelo método bayesiano empírico local. A análise da tendência temporal foi realizada por meio da regressão por pontos de inflexão e calculando a Variação Percentual Anual (APC). Utilizaram-se técnicas de estatística espacial de Kernel e de autocorrelação espacial por meio dos Índices de Moran global (I) e Local (LISA).RESULTADOS: Foram registrados 247 óbitos por Doença de Chagas, com uma média de 11,7 mortes por ano. Observou-se dois segmentos com tendências crescentes, não constantes e significativas. Entre 1996 e 2005 (Annual Percentual Change [APC]= 21,6%; p=0,01), e entre 2005 e 2016 (APC= 4,4%; p=0,01). Além de uma Average Annual Percentual Change (APPC)= 11,8% (p=0,01). Identificou-se autocorrelação espacial positiva e significativa com áreas de maior risco de morte localizadas na região Sul do estado. CONCLUSÕES: A tendência da mortalidade por DC de chagas no estado de Sergipe foi crescente no período analisado e as áreas prioritárias de intervenção para o controle da doença foram identificadas na região sul do estado.