A assistência ao paciente cirúrgico gradativamente exige aperfeiçoamentos na prestação dos serviços, por conta da dualidade entre a constante inovação tecnológica versus humanização perioperatória. Tais demandas surgem devido à natureza complexa das terapêuticas que afetam a vitalidade do usuário, refletindo na atuação do enfermeiro no desenvolvimento de estratégias para minimizar os fatores que desencadeiam o cancelamento cirúrgico, como também na promoção ao equilíbrio emocional e autonomia do paciente no plano de cuidados, logo, vinculando-se a relevância da consulta de enfermagem pré-operatória pautada na sistematização da assistência, de modo a resultar em um prognóstico pós-operatório satisfatório. Essas ações são privativas do enfermeiro vigentes na Lei do Exercício de Enfermagem e Resolução 358/2009, que interliga a teoria-prática na implementação do cuidado. Posto isto, esse trabalho busca relatar a experiência da criação de um ambulatório de enfermagem destinado a realizar consultas pré-operatórias de cirurgias eletivas. Trata-se de um estudo descritivo amparado na criação do ambulatório de enfermagem para pacientes cirúrgicos desde de outubro de 2018 no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, referência em emergência e trauma na cobertura da 9ª Regional e tríplice fronteira. A fim de subsidiar uma discussão crítica-reflexiva ocorreu uma pesquisa de literatura, revisão de documentos do hospital e reuniões com os coordenadores, uma vez que nasce de um projeto de extensão da Unioeste em parceria com a gestão de qualidade. O planejamento tornou-se viável pela análise das necessidades e realização de treinamentos entre enfermeiros e acadêmicas de enfermagem, peças chaves nas melhorias no funcionamento setorial através da abertura do ensino, pesquisa e extensão no campo de aprendizagem, pelo fato de potencializar a triagem, dinamizando os encaminhamentos de maneira resolutiva para prezar a segurança do usuário mediante a validação ou solicitação dos exames de imagem e laboratoriais; implantação da consulta de enfermagem; avaliação do conhecimento do paciente nas orientações pré-operatórias e recuperação cirúrgica-anestésica; comunicação interprofissional efetiva na prevenção de agravos; e elaboração de instrumentos administrativos e clínicos. Contudo, percebe-se que a tomada de decisão do enfermeiro com o apoio das lideranças impulsiona a produtividade organizacional, além de otimizar sua relação interpessoal no processo biopsicossocial do cuidado.