INTRODUÇÃO: A educação para as relações étnico-raciais no Brasil foi institucionalizada em 2003 por meio da Lei federal nº 10.639/2003 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A lei representou um marco para subsidiar a discussão da temática racial. O estudo das relações raciais em saúde é fundamental, principalmente em serviços de saúde pública que atendem agravos que acometem, em sua maioria, indivíduos negros ou pardos, como a doença falciforme. Julgamos oportuno discutir e refletir sobre as relações raciais no âmbito dos serviços de saúde, entendendo o racismo como uma ação discriminatória à pessoa por conta da sua origem racial e o racismo institucional aquele em que o indivíduo tem suas necessidades de saúde atendidas de forma inadequada em decorrência da sua raça. Assim, foi desenvolvido um estudo que teve por OBJETIVO compreender as percepções de trabalhadores da saúde de um hemocentro público de Cuiabá-MT acerca das relações étnico-raciais em saúde. METODOLOGIA: Realizado um estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa que integrou uma pesquisa matricial, cadastrada e aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer nº 921.261/14. Todos os preceitos éticos disposto na resolução CNS 466/2012 foram respeitados. O estudo foi realizado em um hemocentro público. Os participantes do estudo foram dez profissionais da área de saúde. A coleta de dados foi realizada por meio da técnica do Grupo Focal com Elementos da Terapia Comunitária. A equipe de pesquisa foi composta por três pesquisadoras, uma cantora e uma auxiliar. Toda a atividade de coleta de dados foi filmada e gravada após autorização dos participantes. As narrativas foram transcritas e analisadas segundo a análise temática, e, agrupadas em quatro categorias. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As categorias demonstram que os profissionais, fazem a atribuição do racismo, ao próprio negro, e, segundo eles, não há diferença em atender o negro e branco nos serviços de saúde, mas, sabe-se que o racismo está enraizado na sociedade brasileira. Percebe-se o reconhecimento do racismo no âmbito social e de saúde, mas, não em seu local de serviço. Enfatizam sobre suas experiências pessoais, em relação ao racismo, de maneira, tímida, enfatizando o âmbito familiar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo nos trouxe a questão da relação étnico-racial para o campo da saúde, considerando a importância de se conhecer melhor esse tema, pois percebemos que o racismo existe, na saúde.