Introdução:Os serviços de regulação de leitos são exemplos de estratégias para maximizar a utilização de recursos existentes, organizar e agilizar os fluxos e processos, impactando sobretudo nos indicadores quanti-qualitativos. Objetivo: Analisar o perfil de internação de pacientes cirúrgicos antes e após a implantação de um serviço de regulação de leitos em hospital universitário público quanto ao tempos entre admissão e realização do procedimento, tempo entre procedimento e alta, tempo de permanência e motivo de alta (desfecho da internação).Método: Estudo transversal, quantitativo e descritivo, realizado em hospital universitário público da região norte do Paraná. A coleta de dados se deu por meio de um sistema utilizado pela instituição, denominado “Sistema de Informação de Gestão Hospitalar” e foram incluídos os dados de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos entre janeiro de 2015 e junho de 2016 (período antes da implantação) e entre janeiro de 2017 a junho de 2018 (período pós-implantação). O planilhamento dos dados foi realizado no Excel® e, posteriormente, exportado para o programa SPSS® versão 20.0, no qual foi realizada a análise descritiva.Resultados: Antes e depois da implantação, foram atendidos 7.244 e 8.255 pacientes, respectivamente. O tempo entre admissão e a realização da cirurgia, verificou-se que o tempo médio era de 2,96 dias (máx= 201; ±7,01) e após a implantação teve redução para 2,33 dias (máx= 126; ±5,94). Já o tempo entre a realização e alta (desfecho) era de 6,30 dias (máx= 228; ±13,27) e depois caiu para 5,40 dias (máx=449; ±12,55). Quanto ao tempo de permanência, observou a redução da média de 9,75 (máx= 317; ±17,08) para 8,02 dias (máx= 484; ±15,27). A instituição classifica os desfechos em óbito, transferências e altas (a pedido, curado, inalterado, melhorado, por evasão e verificou-se que, antes da implantação, alta melhorado teve predominância (86,4%), seguido de óbito (7,3%) e 58 pacientes (1,0%) não tiveram motivo de alta preenchido no sistema. Após a implantação, alta melhorado também foi predominante (77,3%), seguido de óbito (5,7%) e 1.014 pacientes (14,4%) não tinham registro de alta. Conclusão: A implantação do serviço de regulação de leitos reduziu os tempos analisados, demonstrando sua capacidade de acelerar os processos, o que pode impactar até mesmo na taxa de mortalidade, tendo em vista que o maior tempo de permanência hospitalar está relacionado com maiores taxas de infecção hospitalar e mortalidade.