Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
O PLANEJAMENTO FAMILIAR DE MULHERES NEGRAS COM TRAÇO FALCIFORME ATENDIDAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Relatoria:
karolyne sebastiane da silva
Autores:
- Késia Marisla Rodrigues da Paz
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologias, Pesquisa, Cuidado e Cidadania
Tipo:
Monografia
Resumo:
A anemia Falciforme tem grau de cronicidade variado, os prejuízos da doença se configuram em privação do convívio social, nos afazeres domésticos, na vida escolar e dificuldade de permanência no mercado de trabalho formal. O traço não é a doença, e nem, uma forma atenuada, porém os indivíduos que apresentam essa condição, devem receber apropriadas orientações genéticas, pois podem gerar filhos adoecidos. Por se tratar de uma doença genética é imprescindível que as pessoas com a doença e com o traço falciforme sejam orientadas e tenham livre arbítrio na decisão em ter ou não filhos, ou seja, no planejamento familiar. Esse estudo buscou compreender o processo de planejamento familiar da mulher com traço falciforme atendida no Sistema Único de Saúde de Cáceres-MT. E tem como objetivos específicos: Compreender o significado do aconselhamento genético para o planejamento familiar desenvolvido no SUS. Descrever os fatores envolvidos na decisão em ter ou não filhos por mulheres com traço falciforme. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi desenvolvida através de entrevistas semi-estruturadas, gravadas em áudio, com a utilização da técnica de observação direta e do instrumento de registro, o diário de campo. Os áudios foram transcritos manualmente no documento do programa da Microsoft Word, juntamente com os registros do diário de campo. O corpus do estudo foi submetido à análise temática. Os resultados foram organizados em 3 eixos temáticos: Contextualizando os Casos, Compreensão da Anemia Falciforme pelas Mães; Aconselhamento Genético e Expectativa Futura na prestação de cuidados ao adoecido e seus familiares. Os achados apontam que o planejamento da mulher com Traço falciforme é falho e não é desenvolvido como preconizado previsto pelo Ministério da Saúde, mostrando uma deficiência déficit de comunicação entre os profissionais de saúde e os usuários que em alguns casos desconhece o caráter genético e hereditário da anemia falciforme e suas consequências. Essa realidade local de Cáceres atesta a negligência em torno dessa doença, que mesmo diante de sua importância histórica e clínica e detectada há mais de 100 anos ainda carece de políticas públicas efetivas e sensíveis à realidade do seguimento populacional mais acometido, o povo negro. Além disso, pontuamos a importância de estudos envolvendo a população negra e as doenças que mais acometem esse seguimento populacional.