As práticas integrativas e complementares fundamentam-se na visão holística da pessoa e no cuidado integral à saúde. Apresentam-se como grande potência para transformação das práticas de cuidado biomedicalizadas. Em 2006, elas foram regularizadas no Sistema Único de Saúde com a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que em 2017 e 2018 tem sua oferta ampliada para 29 práticas inseridas no SUS. Nesse contexto, esse trabalho se dispõe a realizar apontamentos reflexivos sobre o cuidado em saúde a partir da experiência de inserção das práticas integrativas e complementares em saúde no SUS no município de Guaiuba, CE. Trata-se de um relato de experiência de cunho descrito e reflexivo. Os atendimentos em Práticas Integrativas e Complementares, mais especificamente em Reiki e Auriculoterapia começaram a ser ofertados em maio de 2019, vinculados às ações da residência integrada em saúde em parceria com profissionais que possuem formação em tais práticas. Os atendimentos são ofertados em dispositivos de saúde, bem como no espaço cultural e esportivo da cidade, que é o equipamento público mais frequentado pela população. O feedback positivo dos usuários, de melhora e/ou alívio das queixas e grande procura pelos atendimentos apontam para a efetividade das ações. O que se dá não apenas pelo uso da técnica, das práticas utilizadas, como também pelo modo de fazer, de como se dão os atendimentos, na concretização desse olhar integralizado sobre o sujeito que chega. A articulação das práticas integrativas inseridas como ofertas de cuidado e promoção de saúde vem promovendo um espaço de encontro, escuta e diálogo com o outro. Inclusive com articulações setoriais e intersetorias para atendimento de algumas demandas que chegam aos atendimentos, como por exemplo, orientação sobre atendimento psicológico, prevenção da saúde da mulher, questões sociais etc. Ações integradas para cuidados holísticos. A experiência vivenciada vem apontando para a potência das práticas integrativas como interlocutoras de um cuidado integralizado, que valoriza os saberes dos usuários e os envolve nos seus processos de cuidado. Cita-se ainda, o espaço como estratégia de potencialização da formação/atuação do profissional de saúde, a partir da integração dos setores, dos saberes e categorias profissionais.