Introdução: Dentre as atividades dos Conselhos Regionais estão os atos de disciplinar e fiscalizar os serviços de enfermagem, com vistas a garantir condições adequadas para uma assistência segura, de acordo com os princípios éticos e legais. A avaliação do quantitativo e qualitativo de profissionais de enfermagem constitui estratégia para a identificação das situações de riscos, subsidiando a tomada de decisão e a proposição de estratégias que contribuam para a melhoria das condições de trabalho e de assistência. Objetivo: Analisar a operacionalização do método de dimensionamento de pessoal de enfermagem nas Unidades de Internação (UI) das Instituições Hospitalares (IH) do Estado de São Paulo, frente ao preconizado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Método: Estudo quantitativo e documental. O material de análise constituiu-se dos documentos do dimensionamento de pessoal de enfermagem das UI, apresentados à fiscalização do Coren-SP, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016. Os cálculos referentes às horas médias de assistência dispensadas aos pacientes, segundo a categoria profissional de enfermagem e o grau de dependência dos pacientes, foram realizados por meio da equação indicada pelo Cofen. Os dados foram analisados com base na estatística descritiva e inferencial. Resultados: As IH estudadas apresentaram alguns equívocos na operacionalização dos cálculos, embora em menor número do que os evidenciados em estudo anterior. Quanto as horas médias diárias de assistência, constatou-se que as IH privadas da sede SP e do interior oferecem o maior tempo de assistência de enfermagem. As IH públicas do interior apresentam horas médias diárias superiores as apresentadas pelas IH públicas vinculadas à sede do Coren SP. A distribuição percentual de profissionais de enfermagem demonstra que as IH, contam com cerca de 20% de enfermeiros e 80% de técnicos/auxiliares de enfermagem. Conclusão: Apesar das horas médias de assistência encontradas validarem as preconizadas na Resolução Cofen nº 543/2017, o déficit de enfermeiros evidencia a importância dos estudos que procuram demonstrar a correlação entre a proporção de enfermeiros, a qualidade da assistência e a segurança dos pacientes e dos profissionais de enfermagem. Nesse mesmo sentido, o sistema Cofen/Corens precisa estabelecer políticas, que tenham como foco não apenas o quantitativo de profissionais de enfermagem, mas também, melhorar a relação de enfermeiros/técnicos e auxiliares de enfermagem.