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Anais - 22º CBCENF

Resumo

Título:
NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO E ENTRINCHEIRAMENTO COM A CARREIRA DE ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Relatoria:
LUCIANO GARCIA LOURENCAO
Autores:
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: O comprometimento com a carreira consiste numa relação positiva do trabalhador com sua profissão, podendo fornecer significado e continuidade no trabalho. O entrincheiramento com a carreira compreende a estagnação do trabalhador em uma posição profissional, decorrente da falta de alternativas na carreira, da necessidade de não perder os investimentos realizados e evitar os custos emocionais relacionados à mudança de trabalho. Objetivo: Avaliar os níveis de comprometimento e entrincheiramento com a carreira de enfermeiros da atenção primária à saúde. Método: Estudo transversal com enfermeiros das unidades de atenção primária de dois municípios do estado de São Paulo, Brasil. Utilizou-se instrumento com questões sociodemográficas e profissionais; e as versões brasileiras da Escala de Comprometimento com a Carreira (ECC) e Escala de Entrincheiramento na Carreira (EEC). Resultados: Participaram 92 enfermeiros [77 (83,7%) do município A e 15 (16,3%) do município B]; sexo feminino (93,5%); idade entre 31 e 40 anos (44,6%); casados (60,9%); com especialização (81,5%); concursados (70,7%); renda familiar de seis a 10 salários mínimos (44,6%); gerentes das unidades de saúde (43,5%); atuação na APS entre dois e cinco anos (28,3%). Os enfermeiros apresentaram maior média para comprometimento com a carreira (61,4); o fator identidade obteve nível alto (70,9); resiliência e planejamento na carreira obtiveram níveis médios (62,5 e 50,8, respectivamente). O entrincheiramento com a carreira (57,8) e seus fatores (investimentos: 57,7; limitação de alternativas: 58,8; custos emocionais: 57,0) atingiram níveis médios. O nível de identidade com a carreira (p=0,033) e os custos emocionais em caso de mudança de carreira (p=0,012) foram significativamente maiores entre contratados; os concursados apresentaram maior perda de investimentos em caso de mudança de carreira (p=0,015). Conclusão: Os enfermeiros apresentaram maior vínculo de identificação e relação positiva com a carreira do que de estagnação, ou seja, permanecem na carreira porque se identificam com a profissão. Antes de deixarem a carreira, enfermeiros de grandes centros consideram os investimentos feitos na formação e os esforços dispensados para a construção da carreira; enfermeiros de cidades menores consideram a falta de novas alternativas profissionais. Enfermeiros contratados levam em conta os investimentos perdidos, enquanto os concursados consideram as perdas emocionais antes de deixar a carreira.