Introdução: A infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) no trato genital é a doença sexualmente transmissível (DST) de maior freqüência em todo o mundo. Consciente dos benefícios da imunização para o HPV, o Ministério da Saúde (MS) adotou em 2014 a cobertura vacinal em meninas entre 9 e 13 anos e em 2017 iniciou a vacinação em meninos de 11 a 15 anos. Objetivo: Levantar dados sobre a incidência e o tempo de tratamento em meninos adolescente portadores de HPV em um município de Foz do Iguaçu-PR. Metodologia: Estudo retrospectivo de prontuários de indivíduos atendidos no único Ambulatório de referência para Doenças Sexualmente Transmissíveis, do Município de Foz do Iguaçu-PR, local público, para tratamento das verrugas provocadas pelo HPV para a população municipal. Após a aprovação do comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Unioeste, foram analisados todos os prontuários arquivados a partir de janeiro de 2005 a dezembro de 2014, com o propósito de encontrar adolescentes portadoras de HPV. Para a coleta de dados foi construído um instrumento que continham perguntas na forma de check-list. Prontuários que não continham as informações completas foram excluídos do estudo. Os dados coletados nos prontuários foram tabulados em software Excel da Microsoft (Microsoft? Corporation, EUA). Resultados: Foram encontrados 108 adolescentes, destes 9 meninas e 11 meninos na faixa etária de 12 a 14 anos e 61 meninas e 27 meninos na faixa etária de 14 a 19 anos. Quanto à distribuição da freqüência segundo faixa etária e sexo, os dados do presente estudo demonstram que existe diferença estatisticamente significante (p<0,01) entre a ocorrência de HPV na faixa etária de 12 a 14 anos e 15 a 19 anos. A ocorrência de HPV encontrada entre os adolescentes de 15 a 19 anos é maior do que entre adolescentes de 12 a 14 anos. Na faixa etária de 12 a 14 anos foi constatado maior número de meninos portadores de HPV em relação às meninas. Quanto à distribuição de freqüência segundo faixa etária, tempo de tratamento e sexo, os resultados destacam que o tempo de tratamento de modo geral é longo (1 mês à 1 ano), indiferente do sexo, mostrando tratar-se de uma doença crônica. Conclusões: Se fazem necessárias novas estratégias de acolhimento e assistência ao adolescente portador de HPV nos serviços de saúde. É relevante a ampliação da cobertura vacinal de adolescentes, visto que, a vacina é efetiva contra o HPV trazendo benefícios a qualidade de vida da população brasileira.