Introdução: A radioterapia é uma das modalidades terapêuticas para o tratamento dos tumores, que consiste no uso de radiação ionizante fracionada em aplicações diárias, podendo ser utilizada com fins curativo, profilático ou paliativo. Os efeitos colaterais mais comuns durante o tratamento radioterápico são as radiodermites. Essas caracterizam-se por eritema, prurido ou descamação na pele e flictenas. Tais, reações dermatológicas acarretam implicações diretas à qualidade de vida dos pacientes, pois provocam hipersensibilidade intensa nas áreas irradiadas. Objetivo: Experienciar o processo de construção de uma matriz do Processo de Enfermagem (PE) focado em intervenções para o cuidado de enfermagem a pessoas portadoras de radiodermites. Metodologia: Trata-se de um estudo reflexivo, na forma de relato de experiência, no setor de radioterapia durante o estágio supervisionado de gestão hospitalar. A experiência aconteceu em um período de 4 meses consecutivos no primeiro semestre de 2019. A reflexão foi baseada na vivência de um acadêmico de enfermagem enquanto sujeito ativo na construção do processo de enfermagem informatizado, na forma de uma matriz de diagnósticos e intervenções direcionadas na realidade do cenário e o perfil dos usuários do serviço. Resultados e Discussão: A experiência permitiu perceber que em 1.854 sessões radioterápicas, com pacientes devidamente acompanhados pela equipe de enfermagem e monitorizados pelo PE informatizado de forma objetiva, foi possível identificar e intervir de forma célere em 101 casos de pacientes com radiodermites. A utilização de uma matriz do PE, informatizada, facilitou que os profissionais de enfermagem elencassem problemas prioritários tanto dermatológicos, quanto gerais e, assim, iniciassem intervenções gerais e educativas. Conclusão: O Conselho Federal de Enfermagem, por meio da Resolução do Cofen-211/1998, dispõe sobre a atuação do profissional de Enfermagem em radioterapia, e afirma que o enfermeiro deve estar inserido de forma ampla tanto no plano assistencial, administrativo como educativo do paciente. Experienciar a prática da SAE, na modalidade da aplicação do PE informatizado no estágio supervisionado, possibilitou o desenvolvimento da autonomia do aprendiz, além de demonstrar a potência do papel do enfermeiro tanto para a qualificação da assistência ao paciente, como para o trabalho coletivo, bem como fomentou o exercício do raciocínio clínico do acadêmico nesta fase da aprendizagem.