Anais - 22º CBCENF
Resumo
Título:
Adolescentes vítimas de violência sexual: análise epidemiológica no Estado do Paraná.
Relatoria:
MARCIA MOROSKOSKI
Autores:
- Gabriela Varela Ferracioli
- Rosimara de Oliveira Queiroz
- Ieda Harumi Higarashi
- Rosana Rosseto de Oliveira
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Políticas Públicas, Educação e Gestão
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência sexual contra adolescentes é um problema de saúde pública global. Pode ocorrer através do abuso ou exploração sexual, e atinge cerca de 11 mil adolescentes no Brasil, anualmente. A importância de conhecer a real dimensão deste agravo está em proteger os direitos dos adolescentes por meio da qualificação e implementação de políticas públicas. Objetivo: Caracterizar o perfil de adolescentes vítimas de violência sexual no Estado do Paraná. Metodologia: Estudo epidemiológico, descritivo, com abordagem quantitativa, das notificações de violência sexual contra adolescentes (10 a 19 anos) residentes no Paraná, no período de 2009 a 2017. Os dados foram obtidos no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram calculadas as frequências absolutas e relativas, variação percentual e taxas das notificações de violência sexual contra adolescentes. O estudo dispensou aprovação ética por utilizar exclusivamente dados de domínio público. Resultados: Foram notificados 7.134 casos de violência sexual contra adolescentes no Paraná, durante o período em estudo. As maiores taxas de violência sexual contra adolescentes foram na Macrorregional de Saúde Leste, no período de 2009 a 2013 (40,6/100 mil adolescentes), e na Macrorregional Oeste, no período de 2014 a 2017 (86/100 mil adolescentes). Houve queda das notificações nas Macrorregionais Leste (8,8%) e Noroeste (10,3%), e aumento nas Macrorregionais Norte e Oeste (44,7% e 22,1%, respectivamente). Em relação às características das vítimas, observou-se maior prevalência de notificações de violência sexual contra adolescentes do sexo feminino (61,6/100 mil contra 5,9/100 mil do sexo masculino), na faixa etária de 10 a 14 anos, e com a raça/cor branca. Contudo, enquanto as notificações deste agravo em adolescentes da raça/cor branca estão caindo, continuam aumentando em pretos/pardos, amarelos e indígenas (aumento percentual de 11,3%, 64,8%, e 39,4%, respectivamente). Outro dado que chama atenção é o fato do agressor ser alguém conhecido da vítima na maioria dos casos notificados (75,8%). Conclusão: Apesar de alguns avanços, a atuação dos profissionais deve ser fortalecida, visando à prevenção deste agravo e a integralidade do cuidado dos adolescentes em situação de violência. Estudos epidemiológicos sobre a temática podem contribuir para a elaboração de estratégias de prevenção e acompanhamento das vítimas.